Discoteca Retrô
“Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel...”
No enredo da canção "Aquarela" (1983), o personagem colore o mundo que imagina.
Com o lápis, elege o céu num encontro com o mar e completa a cena: "Pinto um barco a vela branco navegando". A gaivota é um pingo azul no papel. A composição ficou célebre no mundo inteiro.
A letra foi composta quando Toquinho, que completou 50 anos de carreira em 2014, e Vinicius de Moraes (19131980) viviam na Itália e faziam shows em muitas cidades daquele país.
Toquinho afirma que "Aquarela" tem um "encanto popular que emociona. A partir daí as pessoas me reconheceram também como instrumentista, torneime popular".
Mais admirável ainda é constatar que “Aquarela”, além ser um indiscutível clássico da Música Popular Brasileira, ela virou um verdadeiro hino infantil: não há criança que não se encante ao ouvir esta canção maravilhosa, que gruda na memória afetiva da gente como se fosse um chiclete.
Prova disso que ela faz parte das emoções da vida de no mínimo duas gerações! (ITALO FÁBIO CASCIOLA)
Confira a letra completa da canção abaixo. E cante junto com o vídeo!!!
AQUARELA
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando a imensa curva norte-sul
Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
É tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
E se a gente quiser ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
Depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Que descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá