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“Dio, Come Ti Amo” emocionava corações!
Anos 60, tanto o cinema como a música da Itália eram sucesso mundial. Filmes e canções eram vistos e curtidos de ponta a ponta do Ocidente, inclusive no Brasil, onde artistas italianos ocupavam permanentemente as paradas das emissoras de rádios e os filmes inspiravam longas filas de cercar quarteirões.
Um desses estrondosos sucessos foi "Dio, Come Ti Amo" (Deus, Como Te Amo), canção que inspirou o roteiro do filme do mesmo nome, produção ítalo-espanhola de Miguel Iglesias, lançada em 1966.
Com música e letra de Domenico Modugno, no filme cantada por Gigliola Cinquetti, que protagonizava uma jovem de família pobre que se enamora pelo noivo rico (Mark Damon) de sua melhor amiga (Micaela Cendalli).
“Dio, Come Ti Amo” venceu o Festival da San Remo em 1966 com Gigliola interpretando e foi aproveitado o embalo e realizado o filme, em preto e branco, que foi um dos mais assistidos daquela época.
Em Umuarama, por exemplo, ficou em cartaz durante mais de um mês no antigo Cine Guarani. Muita gente, como eu, assistiu o filme várias vezes, com sessões sempre lotadas. Lembro que as meninas ficavam emocionadas com a história e, principalmente, quando rodava a trilha sonora-título do filme.
Melodramático, chamado de "água-com-açúcar", pois o público feminino levava lenço para enxugar as lágrimas... "Dio, Come Ti Amo" foi de fato um fenômeno de bilheteria que emocionava as plateias. Na cena final, ela canta a música em microfone no aeroporto e ele a ouve dentro do avião que está taxiando na pista e se tem certeza do happy-end.
E, depois de assistir o filme todo mundo seu reunia nos barzinhos para comentar aqueles momentos inesquecíveis.
A música também embalava os bailes e as festinhas (‘brincadeiras dançantes’) que aconteciam nos fins de semana nas casas de famílias. No famoso Baile das Debutantes do Country Club, então, era impensável que a orquestra não tocasse a canção – caso isso acontecia, os festeiros iam lá no palco para ‘cobrar’ dos músicos “Dio, Come Ti Amo”. E tinham que tocar sim, senão reclamavam para a diretoria do clube... Verdade, acho hoje isso divertido, mas naquela nossa juventude era levado a sério...
Realmente memorável: quem assistiu naqueles anos ao ler estas linhas vai se lembrar. Foram tantas emoções de uma juventude pura, sadia, em que não existiam as drogas nem essa estúpida violência de hoje. Curtam o vídeo e voltem ao passado, esse doce passado que sempre me acompanhará... (ITALO FÁBIO CASCIOLA)
A famosa cantora italiana Gigliola Cinquetti, íntérprete de “Dio, Come Ti Amo”.