Discoteca Retrô
Vamos ver o mundo azul nesta viagem espacial!
A canção que escolhi para a edição de hoje é simplesmente maravilhosa, envolta da mais brilhante força poética que a gente possa imaginar. É uma verdadeira viagem cósmica. E quem não gostaria de viver os momentos de uma aventura dessas?
“Astronauta de Mármore” é uma releitura da clássica canção “Starman”, de David Bowie, e foi lançada em 1989 por uma das maiores bandas brasileiras: Nenhum de Nós. Vejam bem, é uma releitura – não uma versão (tradução ao pé da letra), ou seja, a letra é uma criação da própria banda inspirada na obra original.
Foi um trabalho árduo de artesania da letra: o resgate do icônico viajante espacial Major Tom, as citações à rotina dos astronautas, alusões às drogas, à religião, recortes de outras canções de Bowie ("Quero um machado para quebrar o gelo" vem diretamente de ‘Ashes to Ashes’). Nos arranjos mais citações: a base de violão característica do clima folk de ‘The Man Who Sold the World e Hunky Dory’. O violino que remetia a ‘Hurricane’, de Bob Dylan – influência confessa de Bowie.
A música foi a mais tocada na década de 90 e figura entre os maiores sucessos da música verde-amarela. Até hoje é a mais pedida nos shows da Nenhum de Nós – se não tocarem, a plateia cobra aos gritos! Conclusão: é um clássico, é eterna e está gravada no imaginário de gerações.
A banda Nenhum de Nós é formada por cinco músicos consagrados: Thedy Corrêa, Carlos Stein, Sady Homrich, Veco Marques e João Vicenti. Então, vamos curtir o vídeo e cantar juntos. Boa viagem!!!!!!! (ITALO FÁBIO CASCIOLA)
O ASTRONAUTA DE MÁRMORE
Nenhum de Nós
A lua inteira agora é um manto negro
O fim das vozes no meu rádio
São quatro ciclos no escuro deserto do céu
Quero um machado pra quebrar o gelo
Quero acordar do sonho agora mesmo
Quero uma chance de tentar viver sem dor
Sempre estar lá
E ver ele voltar
Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar
Sempre estar lá
E ver ele voltar
O tolo teme a noite
Como a noite vai temer o fogo
Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo
De onde eu via o mundo azul
A trajetória escapa o risco nu…
As nuvens queimam o céu nariz azul…
Desculpe estranho, eu voltei mais puro do céu
Na lua o lado escuro é sempre igual…
No espaço a solidão é tão normal…
Desculpe estranho, eu voltei mais puro do céu!