Coluna Italo

Desde o início a Expo Umuarama brindou as multidões com incontáveis atrações de espetacular grandeza e dos mais variados gêneros artísticos. E nos primeiros anos, na década de 1970, eram realmente encantadoras pois antes nunca tinham aparecido por aqui espetáculos tão emocionantes e inéditos...

E um desses espetáculos certamente foi a apresentação da sensacional Esquadrilha da Fumaça na segunda Exapiu, show aéreo que desde que foi anunciado repercutiu por todos os lados deste antigo território onde eram raras de acontecer atrações como essas... Atraiu gente da zona rural inteira e das cidades que existiam ao redor da Capital da Amizade, que formaram caravanas para vir assistir essa novidade que muitos nunca haviam ouvido falar, muito menos essa de tremendos aviões modernos fazendo acrobacias no alto do céu azul! Muitos até duvidavam de que isso existia...

Rememorando esse dia especial, um belo domingão de verão, 2 de fevereiro de 1975. Todo mundo estava de folga do trabalho espalhados por todos os cantos do Parque de Exposições e ao redor do aeroporto de Umuarama, de onde partiriam os aviões rumo à Exapiu.

O mega show estava marcado para as 17 horas. E meia hora antes os aviões decolaram do aeroporto endoidando a imensa plateia que estava nas laterais de toda a extensão da pista. Foi uma tremenda gritaria com a galera provando que nunca tinha visto uma ação fantástica como essa...

Depois de agradar a galera que havia recepcionado os pilotos no aeroporto, a Esquadrilha seguiu vibrante para o Parque de Exposições. Lá, ao ouvir de longe as turbinas, a multidão pirou vendo os aviões coloridos se aproximando com extrema velocidade. Em poucos segundos estavam no alto da grande festa agropecuária. E, como estava previsto, todo mundo entrou em delírio quando eles começaram a circundar a área dando início ao show aéreo.

Eram sete aviões que em momentos estavam juntos, em outros separados e distantes para se encontrar depois de acrobacias incríveis. E quando estavam paralelos em sincronia, os sete turboélices estrelaram uma apresentação de mais de meia hora, o suficiente para tirar o fôlego de quem ficou com os olhos focados no céu.

Os pilotos das aeronaves com as cores vibrantes do Brasil mostraram sua magia de com fumaça desenhar letras nas nuvens. Para isso eles acionavam o sistema de escrita e o computador das aeronaves gerenciando o acionamento da bomba que ligava e desligava a fumaça, conforme a frase selecionada que queriam escrever e a posição de voo. As letras podiam ser vistas pelos espectadores a uma altura de, aproximadamente, 10 mil pés, o que corresponde a três mil metros.

Lá no alto com os jatos de fumaça desenharam o nome da cidade, Umuarama, e a sigla da Força Aérea Brasileira, FAB. Também faziam zigue-zagues de fumaça, círculos e outras formas geométricas.

Ah, não posso esquecer de frisar que o ‘balé aéreo’ contava com sete pilotos em sete aeronaves e cada posição de voo tinha uma função específica. E que um oitavo piloto era um narrador da FAB que ficava em solo com um possante microfone, conectado aos numerosos alto-falantes espalhados pelo Parque de Exposições, descrevendo as manobras para que o público pudesse entender todos os detalhes do espetáculo.

Uma manobra que fez o público delirar foi o “Looping”, que consiste em voar de cabeça para baixo em um círculo vertical. Com a emocionante narração desse momento a multidão foi ao delírio!!! Outra que causou emoção foi a “Tonneau”, acrobacia em que o avião executa uma rotação completa em torno do seu eixo longitudinal, mantendo-se na linha ou trajetória original de voo.

O show aviônico durou quase uma hora e contou com cerca de 50 acrobacias, mais do que suficiente para que a galera lá em baixo que assistia a tudo ficasse com o pescoço dolorido... (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

EM TEMPO: A quem interessar possa, informo que as fotografias em preto e branco são da antiga Esquadrilha da Fumaça, época em que veio a Umuarama. As outras, com as supermáquinas coloridas, são do site da assessoria da FAB.

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