Coluna Italo

A colonizadora Cia Melhoramentos Norte do Paraná, que havia fundado outras cidades como Cianorte, Maringá e Londrina, anunciou que em breve lançaria um novo grande projeto: implantar uma nova cidade bem próxima às cidades anteriores com um projeto onde, no futuro, chegaria aos 200 mil habitantes em virtude de ser rodeada por um grande território fértil para o plantio da cafeicultura. Isso aconteceu em 1952.

E o presidente da Cia Melhoramentos, em discurso na solenidade no dia da fundação de Umuarama, 26 de junho de 1955, repetiu a previsão sobre o número da população que a Capital da Amizade um dia teria.

Isso não aconteceu e já se passaram 69 anos desde a fundação e o número de habitantes atualmente é um pouco mais que a metade do número previsto pela colonizadora.

Mas o que aconteceu? O que a Cia Melhoramentos anunciou na época estava corretíssimo e não se tratava de criar falsas expectativas, afinal aqui era a Terra do Futuro e tinha tudo para ser uma fonte gigante de riquezas por causa da cafeicultura. Então, porque aquela previsão não se confirmou?

A História, revista depois de tanto tempo, pode transparecer que o sonho da CMNP era mirabolante e impossível de se realizar. Mas, na verdade, houve um forte motivo que provocou essa frustração registrada nos Censos realizados no decorrer das décadas.

Atualmente, Umuarama possui pouco mais de 120 mil habitantes e certamente ainda vai demorar muito para chegar aos 200 mil.

Neste momento é preciso respeitar o ponto de vista de Hermann Moraes de Barros, presidente da colonizadora, que na época da fundação fez a tal previsão. Vejam e analisem com calma os detalhes dessa história: Naquele tempo era uma previsão com todas as probabilidades de se concretizar, pois, constata-se que na década 1970 Umuarama passou dos 150 mil habitantes. Isso mesmo: 150.000!

Se até agora não chegou aos tais 200 mil isso aconteceu em virtude da trágica Geada Negra de 1975, que destruiu completamente as lavouras de café que existiam e o sonho da continuidade daquele ritmo de desenvolvimento tornou-se impossível de acontecer…

O efeito devastador da queimada completa dos milhares de pés de café, resumidos a cinzas, veio imediatamente na forma de uma quebra antes nunca vista na economia do Paraná e do mais violento êxodo rural já visto no Sul do Brasil. Essa catástrofe sem precedentes mudou completamente a História e a vida de uma geração – com efeitos negativos que durante muito tempo depois continuaram acontecendo aqui em Umuarama e em todo o Estado.

Se tal sinistro não tivesse atravessado nossa História na década de 1970, e a prosperidade das duas primeiras décadas não tivesse sido interrompida, Umuarama certamente teria hoje uma estrutura organizada para acomodar nestes tempos modernos aquela anunciada população dos 200 mil.

Mas graças à força do trabalho e da paixão por Umuarama daqueles milhares de ‘umuaramenses’ que ficaram e não aderiram ao êxodo rural rumo a outros estados brasileiros, o município é hoje um admirável centro econômico e social do interior paranaense, que a cada dia que passa se moderniza cada vez mais e cresce em todos os sentidos. O passado, passou! E o futuro aqui já chegou!!!

ATUALMENTE, UMUARAMA TEM MAIS DE 120 MIL HABITANTES

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quinta-feira, 29 de agosto, a nova estimativa populacional dos 5.570 municípios brasileiros. De acordo com a publicação, em 2024 Umuarama chega à marca de 121.972 habitantes.

O último censo, realizado em 2022, indicou que a Capital da Amizade contava com uma população de 117.095 pessoas. Desta forma, em dois anos a cidade teve um acréscimo de 4.877 moradores. (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

A partir do início da década de 1960 Umuarama começou a revelar que era uma fortíssima fonte de riqueza: os milhares de cafezais começam a produzir generosamente e o município chegou a conquistar posição entre os maiores produtores de Ouro Verde!

Conforme os anos foram passando as construções de prédios do comércio foram se multiplicando na antiga Avenida Paraná, afinal Umuarama já tinha uma economia fortíssima graças à rica produção cafeeira. E, consequentemente, foi aumentando também a população o surgimento de muitos bairros residenciais.

18 de julho de 1975: Acontece a terrível Geada Negra, destruindo a maior fonte de renda do Paraná e provocando o maior exodo rural da história do Brasil!

Os jornais da época registraram para a posteridade o maior desastre climático que o Paraná e o Brasil já vira, cujos prejuízos seguiram repercutindo nas décadas posteriores… Foi a falência da economia que destruiu os sonhos de multidões de cafeicultores.