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NA TRILHA DA HISTÓRIA
Prosperidade de Umuarama atraiu a atenção do Brasil!
O Natal de 1960 marcou a chegada retumbante da famosa rede de lojas Casas Pernambucanas
Publicado em 22/04/2024 às 14:21 Ítalo
Prosperidade de Umuarama atraiu a atenção do Brasil!

O tempo parecia caminhar lento, mas estávamos iniciando uma nova década e Umuarama já tinha cinco anos de existência. Já havia se tornado município, conquistando sua independência da vizinha Cruzeiro do Oeste. Os cafezais se multiplicavam cada vez mais e prometiam fartas colheitas e um futuro rico para quem vivia na Capital da Amizade. E, nessa onda de futuro progressista, ela ia se tornando conhecida além-fronteiras.

Além da cafeicultura, outro seguimento em consequência do Rei Café ia crescendo sem pressa mas se espalhando aos poucos pelo centro da cidade, que na época se resumia na Avenida Paraná. Estávamos numa fase distante da urbanidade, pois aqui tudo era terra e nem se sonhava com o asfalto. Portanto, a avenida principal e arredores era um cenário terrível de olhar: em tempos chuvosos os lamaçais dominavam tudo e nos verões quentes a gente respirava poeira por todos os lados…

Mas, mesmo enfrentando todas essas sofrências, o progresso (assim denominávamos o desenvolvimento naquela fase) estava chegando… E tudo ia mudando. Principalmente quem atuava como comerciante. Essa positividade se espalhava pela imprensa paranaense, que anunciava que Umuarama marchava em ritmo acelerado para ser uma grande cidade.

Aos poucos esse otimismo foi chegando aos grandes centros do Brasil, principalmente São Paulo. Grandes marcas de diversos ramos comerciais e industriais foram saindo aos poucos da Grande Sampa em direção à Capital da Amizade. O primeiro segmento a se movimentar nesse sentido foi o ramo de tecidos e confecções. E a pioneira a chegar chegando aqui foi a famosa Casas Pernambucanas, considerada a maior rede nessa área comercial.

UMA CHEGADA IMPRESSIONANTE

Ela instalou a primeira grande loja em Umuarama, ali na Praça Arthur Thomas, quando ela não tinha nenhum atrativo e nem tinha o significado turístico que tem hoje. A Pernambucanas chegou ostentando, tendo construído instalações ‘gigantescas’ e modernas se comparadas com o que existia então na geografia comercial da pequena cidade.

A loja ficou pronta em novembro de 1960 e em ritmo acelerado a equipe de funcionários começou a preparar as prateleiras e gôndolas para expor as novidades em tecidos que tornaram a marca famosa no Brasil inteiro. As costureiras e os alfaiates umuaramenses estavam em festa, pois agora teriam produtos de primeira qualidade para confeccionar todo tipo de trajes para os elegantes antigões.

UM ACONTECIMENTO RETUMBANTE ANTES NUNCA VISTO!

Mas o entusiasmo da Pernambucanas estava direcionado ao Natal de 1960, cuja campanha de vendas de inauguração já estava no ar correndo de boca-em-boca da população. Era uma barulheira atormentada com jipes dotados de alto-falantes rodando por todos os cantos da cidade e pelas estradas da zona rural. “Atenção, atenção! A Pernambucanas chegou em Umuarama! E a campanha de Natal já está valendo!!!” – dizia um vozeirão de uma gravação produzida por um conhecido locutor da Rádio Bandeirantes de São Paulo…

O entusiasmo da marca envolveu a multidão que trabalhava nos cafezais e os pedestres que subiam e desciam pelas vias públicas da cidade. Um agito antes nunca visto por aqui, afinal a Pernambucanas tinha alta experiência em marketing e propaganda desenvolvidos nas metrópoles brasileiras.

No finalzinho de novembro, a maior rede de lojas de tecidos do Brasil abriu as portas. No primeiro dia ficou super lotada, filas enormes, muita gente nem conseguiu entrar e deixou a visita para depois… No alto da fachada da loja havia potentes alto-falantes tocando sucessos e rodando o convite para todo mundo aproveitar os preços de seus produtos para presentear no Natal! O público endoidava, principalmente as donas-de-casa e as jovens.

O povo, que tinha dinheiro vivo na época, esgotava o estoque. E toda noite chegavam mais caminhões trazendo mais mercadorias… O ponto alto foi a semana natalina: A Pernambucanas não tinha hora para fechar… E para dar mais alegria para os consumidores, contratou vários cantores de música caipira (nada a ver com a tal música sertaneja de hoje!), que ficavam tocando e cantando na calçada recepcionando a galera.

E a novidade repercutiu na região, atraindo gente das cidades vizinhas que vinham de caminhões, jipes e até de carroças ou montando cavalos. Se estou rememorando esses destalhes nesta crônica de um fato memorável de mais de 50 anos atrás, é porque ele foi realmente impressionante para nós que vivíamos muito distantes da civilização, ainda cercados por imensas florestas, e naquele momento estávamos curtindo uma agitação típica dos grandes centros comerciais como Sampa, Rio, Curitiba e outros.

Véspera de Natal, anoiteceu e a grande loja fechou as portas! Amanheceu o esperado 25 de dezembro, a praça e arredores estava silenciosa, melancólica até se comparada com os dias agitados anteriores que havia vivido. Naquele ano em Umuarama os presentes natalinos preferidos foram tecidos e outros produtos da indústria têxtil. E a Pernambucanas seguiu nesse ritmo de vendas meses afora…

Esse fato repercutiu em alto e bom som em São Paulo, entusiasmando outras grandes redes a investir em Umuarama. Belas lojas foram abrindo uma atrás da outra. Casas Buri foi a segunda, aportando aqui no começo de 1961.

A economia local passou a viver uma nova fase, a dos primeiros fortes investimentos vindos de fora, comerciais e industriais, pois o Brasil havia descoberto uma mina de ouro… a do Ouro Verde, assim como aconteceu antes em Londrina e Maringá! E isso continuou nas décadas seguintes até agora, tanto é que a Capital da Amizade é consagrada hoje como um dos fortes polos econômicos do Paraná! (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

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