Trilha Da Historia
Antigamente não existiam desfiles do Papai Noel!
Até o final dos anos 80 nunca aconteceu um desfile de Natal em Umuarama. Quem criou essa festividade foi o comércio, marcando o início da temporada natalina e o atendimento especial aos consumidores em horário noturno. As celebrações que aconteciam eram nas igrejas locais e, é óbvio, eram exclusivamente para exaltar o nascimento de Jesus, o Filho de Deus!
Naqueles tempos idos quase nem se falava em Papai Noel. Conhecia o personagem aqueles que tinham mudado para Umuarama vindos de centros maiores, como São Paulo, Curitiba e outras cidades mais modernas. As crianças dessas famílias aprenderam lá fora que existia o tal do Papai Noel, porque os filhos das famílias aqui do interior, que se consideravam caipiras e religiosas, nem sequer citavam que já teriam ouvido falar notal Bom Velhinho...
Com o tempo passando, os bonecos do Noel começaram a lotar as prateleiras das lojas de brinquedos e a figurar na propaganda comercial daquela época – a principal divulgadora foi a Coca-Cola que adotou Noel como seu garoto propaganda. Em pouco tempo, como uma febre, a fama dele dominou grande parte da galerinha que passou a curtir Noel nas festas de fim de ano. Lojas da área central passaram a instalar em suas entradas bonecões do Papai Noel, causando forte alegria nos pequenos e nos adolescentes.
Quem tinha uma máquina fotográfica, registrava suas crianças abraçadas ao divertido homem de gorro e roupas vermelhas. Viraram atração e os meninos e meninas pediam para seus pais: Vamos sair de casa para ir ver o Papai Noel lá nas lojas né!”... Não é preciso nem dizer que a família inteira saía em disparada para o encontro tão esperado!
Mas, é preciso registrar uma verdade: muitos ficavam contrariados com essa ‘modernidade’ e reagiam, principalmente quando estavam nas igrejas. Longos sermões eram pronunciados para que os pais e mães deixassem bem claro para seus herdeiros que o Natal era de Jesus e não “desse tal de Papai Noel!”.
Fazia parte dessa campanha instalar belos e grandes presépios onde as famílias deviam levar a galerinha para ver os verdadeiros protagonistas da história natalina. Esculturas lindas, coloridas, com a Virgem Maria rodeada pelos Reis Magos e alguns bichinhos bonitos, tendo ao centro o Menino Jesus! No alto a Estrela de Belém coloridíssima. E era presença constante algum religioso explicando os detalhes do nascimento de Jesus e quem era Ele: Filho de Deus! E para dar um toque especial havia alguns cantores dos corais das igrejas que cantavam alguns hinos com o tema Natal.
Mas o avassalador marketing continuou forte – e segue assim até hoje!!! – focando o Papai Noel, símbolo do consumismo que incentiva e provoca o público infantil a gastar com brinquedos e os adultos a torrar o salário com presentes. Nada a ver com os 3 presentes que os Reis Magos trouxeram quando Jesus nasceu: incenso, mirra e ouro. Registros históricos bíblicos dão conta que o ouro simbolizava a fé, o incenso simbolizava a santidade e a mirra simbolizava a paixão. Para outros, os três dons coincidem com as três virtudes teologais: ouro é caridade, fé no incenso, livre arbítrio mirra.
Mas, enquanto meus escassos e velhos cabelos brancos me lembram daqueles hinos e das cantigas natalinas, hoje eu vejo meninos e meninas brincando felizes com seus inseparáveis presentes eletrônicos, computadorizados, robotizados e sem alma. Esses lindos presentinhos foi Papai Noel quem sugeriu mandar papai e mamãe comprar para serem mais felizes! E eles imaginam ter a beleza do mundo inteiro brilhando em suas mãozinhas!!!
E a encantadora Estrela de Belém está lá no alto do céu brilhando e nos lembrando que foi numa noite azul que Jesus chegou à Terra! Amém!!!
A CASA DO NOEL É MAIOR QUE O PRESÉPIO NA PRAÇA DO NATAL!!!
Sempre que visito a Praça do Natal, ali no Centro Cívico de Umuarama, fico observando: a Casinha do Papai Noel é mais atraente, maior, muito luminosa e moderna, enquanto que o Presépio também instalado na mesma praça é bem tímido, humilde. Pronto, falei!!! Quem duvidar, que vá lá conferir... (ITALO FÁBIO CASCIOLA)