Trilha Da Historia
Livro conta detalhes da fundação de Umuarama
“Memória de um Repórter” é o único livro até hoje escrito narrando os detalhes da abertura da mata, a fundação e da colonização de Umuarama na já distante década de 1954. Ele não está e nunca esteve à venda em livrarias ou bancas de revistas; ele foi escrito por mim sem fins lucrativos. Ele só pode ser encontrado nas bibliotecas de todas as escolas, universidades e estantes de colecionadores de nossa cidade e de bibliotecas e museus das grandes cidades do Paraná, como Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Campo Mourão, Foz do Iguaçu, bem como de todas as de nossa região Noroeste.
Escrever esta obra era um sonho que cultivei desde o início de minha carreira como jornalista, em 1967. Desde minha infância vivo aqui na Capital da Amizade. Sou testemunha ocular de tudo o que aconteceu naquela memorável aventura que deu origem a esta grande cidade. Além disso, tive a oportunidade única de entrevistar, como jornalista, os verdadeiros precursores e fundadores de Umuarama, aqueles que chegaram antes dela existir, pois foram eles, com suas próprias mãos, que a construíram. Narro em cada linha de meu livro “Memórias de um Repórter – Umuarama” a coragem, a bravura, o idealismo e a garra daquela gente maravilhosa que deixou para a posteridade esta monumental criação, onde já nasceram várias gerações e muitas estão por vir. O livro é uma homenagem a todos eles, que já não estão mais entre nós. A seguir transcrevo a página inicial:
A PALVRA DO AUTOR
Para uma cidade, meia dúzia de décadas é pouco, é apenas o deslanchar rumo a um futuro que ninguém sabe aonde quer chegar... Mas, para alguém como eu que chegou aqui em 1960 com apenas seis anos - vindo de Lovat, onde permaneci durante dois anos de minha infância, e antes, nato além da Cordilheira dos Andes, no Chile -, agora completando 63, é uma vida inteira!
“Memórias de um Repórter – Umuarama” é uma viagem para revisitar o passado desta nossa amada Capital da Amizade, pois em cada linha, em cada imagem, espalhadas por estas páginas há muito a ser lembrado, mora uma saudade...
Esta coletânea de lembranças não tem a mínima pretensão acadêmica, apenas deseja que os olhos de quem a tiver em suas mãos brilhem ao rever (os mais antigos) ou conhecer (a galera da nova geração) uma cidade que não existe mais, uma cidade que desapareceu no tempo.
Este livro, o primeiro de uma série, tem o único propósito de recordar, admirar, emocionar e proporcionar prazer entre um parágrafo e outro, bem ao estilo daqueles encontros do “arco da velha”, quando as famílias se reuniam à beira do fogão de lenha para contar histórias e estórias, sempre temperadas com um delicioso café da roça e aqueles maravilhosos pãezinhos de queijo, uai!
Quando você ler o que vem a seguir, espero que se sinta no meio de uma daquelas tertúlias antigas. Em cada crônica te contarei as minhas lembranças temperadas de nostalgia, afinal, ser meio piegas num momento assim não é pecado. (E se for, certamente serei perdoado!) E essas histórias me matam de saudade, me remetem à aurora da minha vida. E essa alegria não tem preço!
Desde a infância palmilhando cada rua desta urbe desde quando ela era pequenina, observando e registrando cada fato que assisti em quase 50 anos de reportagem, neste momento presto atenção em cada espanar de vida que se vai, olhando a nova vida que vem vindo, sinto que décadas se passaram num segundo.
E nesse redemoinho entre o passado e o presente, admiro aquele fim de horizonte vermelho-alaranjado e me pergunto: Como será Umuarama em seu Centenário???
Quase nasci aqui, cresci junto com esta minha Mãe-Gentil que me adotou lá no século passado. Então, depois de ser testemunha ocular de tantas transformações urbanas e sociais, fico a imaginar quantas outras virão... Pena que não estarei aqui para testemunhar a chegada do primeiro século de Umuarama em 2055.
Como o passado e o futuro são imprescindíveis apoios de nosso presente, oscilamos entre saudades, esperanças e promessas, memórias e expectativas, a restauração do passado e a construção do futuro. E entre o que foi ou fomos, e o que será ou seremos.
Esta edição piloto de “Memórias de um Repórter – Umuarama” tem também esse propósito: pensar e repensar o que era Umuarama antigamente, tentar encontrar soluções para os problemas que a sufocam no presente, para que todos tenhamos um lugar ainda mais fraterno e promissor para viver no futuro.
Mas, mesmo com os pés no presente e o olhar no futuro, não podemos esquecer que ao apontar para frente não podemos anular o passado.
É por intermédio das recordações de sua gente que a cidade e seus acontecimentos mais marcantes vão ressurgindo, distantes das generalizações frequentemente simplificadoras da história oficial – geralmente encomendadas pelos antigos ‘coronéis’ da era da colonização ou das entediantes dissertações acadêmicas ‘xerocadas’ das cartilhas das colonizadoras de então.
Então, amigas e amigos umuaramenses: façam deste livro, que preparei com tanto carinho nas minhas felizes madrugadas de doces memórias, um belo passeio pelo túnel do tempo de volta ao passado. Boa viagem, boa leitura! E até a próxima Estação, digo, Edição de “Memórias de um Repórter”...
ITALO FÁBIO CASCIOLA – Em 2016”.