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UMUARAMA, 69 ANOS DE FUNDAÇÃO
Esta quarta-feira, dia 26 de junho, marca o aniversário da fundação da cidade de Umuarama. Uma cidade pode-se dizer ainda em fase de amadurecimento. Idade suficiente para abrigar gerações, mas ainda precisando de consolidação em alguns campos importantes para a vida em sociedade. A política é um deles. Fundada em 26 de junho de 1955, Umuarama expandiu-se rapidamente, atraindo investidores e trabalhadores de diversas regiões do país. O então distrito de Cruzeiro do Oeste viu-se obrigado a deixar a tutela do vizinho e se tornou ele próprio um município, fato que ocorreu em 25 de julho de 1961, através de lei aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Moysés Lupion.
O município de Umuarama surgia forte, ocupando extenso território que ia às margens dos rios Paraná e Ivaí. Era preciso organizar a ocupação da área, começar a atender as principais necessidades da população, como educação e saúde. Aí entrou a política no novo município (na verdade a política já se relacionava com Umuarama desde a eleição anterior, de 1959, quando Hênio Romagnolli e Otávio Barbosa se elegeram vereadores representantes do município no Legislativo de Cruzeiro do Oeste – abordo detalhes dessa eleição ao final do texto).
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PREFEITOS, VICES E EXCEÇÕES
Depois de emancipado, há 63 anos, Umuarama viu realizar em seu território 15 eleições municipais; eleger nove prefeitos (isso mesmo, está correto) diferentes e ser administrada por 14 prefeitos. Você não está lendo errado e vamos esclarecer. O primeiro prefeito foi Walter Zanotto Lopes, que teve mandato entre 25 de julho de 1960 a 16 de novembro de 1961. Ele não foi eleito, mas nomeado pelo governador do Paraná, Moysés Lupion logo depois que criou o município. O primeiro prefeito eleito foi Hênio Romagolli, que assumiu o cargo no dia 16 de novembro de 1961 até 17 de novembro de 1965 quando passou a Prefeitura para seu sucessor, Marciano Baraniuk, cujo mandato se estendeu até 31 de janeiro de 1970. Nesse dia assumiu a Prefeitura o eleito João Cioni Netto, cujo mandato durou até o dia 31 de janeiro de 1973.
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COMPLICAÇÕES NA POLÍTICA
A partir dessa eleição, a política em Umuarama começou a ficar complicada. Melhor: os políticos passaram a complicar a vida política do município. No dia 31 de janeiro de 1973, João Cioni passou o cargo para o seu sucessor, Hênio Romagnolli, eleito prefeito pela segunda vez.
Só que Hênio não concluiu o mandato e no dia 14 de janeiro de 1975 ele foi cassado pela Câmara de Vereadores que, imediatamente deu posse ao vice-prefeito Durval Seifert. Seifert concluiu o mandato e no dia 1 de fevereiro de 1977, passou a prefeito para João Cioni Netto, também eleito prefeito pela segunda vez. Só que Cioni também não concluiu seu mandato e se viu obrigado a renunciar, o que ocorreu em 19 de abril de 1979. O vice-prefeito era o médico Tuguio Setogutte, que na época estava ocupando o cargo de deputado estadual e relutava em deixar a Assembleia Legislativa. O governador Ney Braga precisou entrar na história e convencer o vice a assumir a Prefeitura. Desta forma, Tuguio administrou Umuarama a partir de 27 de abril de 1979. Antes de ser concluído esse mandato, o governo federal (eram os militares) resolveu prorrogar o período da gestão iniciada em 1977, por mais dois anos. Assim, esse mandato só terminou em 31 de janeiro de 1983. Porém, Tuguio não ficou no cargo até o final, tendo renunciado no prazo legar para, outra vez, disputar (e ganhar) uma vaga na Assembleia Legislativa. Como Umuarama não tinha mais vice, assumiu o cargo o primeiro da linha de sucesso, o então presidente da Câmara, na época Jorge Vieira. -x-x-x-x-x-x-x-x-
PERÍODO DE CALMARIA POLÍTICA
As eleições municipais de 1982 deram vitória ao primeiro prefeito do PMDB, partido de oposição (nem tanto) aos militares e a Prefeitura de Umuarama passou a ser administrada por Antonio Romero Filho, para um mandato de seis anos. No dia 1 de janeiro de 1979, assumiu o cargo de prefeito Alexandre Ceranto, para um mandato de quatro anos. E Ceranto devolveu a Prefeitura para Romero Filho no dia 31 de dezembro de 1992. Seu sucessor foi Antonio Fernando Scanavaca, que assumiu como prefeito em 1 de janeiro de 1997.
O mandato foi até 31 de dezembro de 2000, e Scanavaca acabou reeleito para o cargo por mais quatro anos e só passou a Prefeitura para Luiz Renato de Azevedo Ribeiro no dia 1 de janeiro de 2005. Luiz Renato não logrou se reeleger e acabou renunciando nos últimos dias do mandato, passando para seu vice, Nélio Guazelli, a responsabilidade de entregar as chaves do Paço da Amizade ao prefeito eleito Moacir Silva. Ele renovou seu mandato quatro anos depois, ficando à frente do Executivo oito anos.
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A VOLTA DA INSEGURANÇA POLÍTICA
No dia 1 de janeiro de 2017 ele deu posse a seu sucessor Celso Luiz Pozzobom. O primeiro mandato parece ter caminhado dentro da normalidade. No dia 1 de janeiro de 2021, Pozzobom assumiria o segundo mandato e aí parece que o caldo (da política administrativa) entornou de vez. Primeiro Pozzobom foi afastado do cargo pela Justiça, sob acusação de corrupção. Em 16 de setembro de 2021, seu vice, Hermes Pimentel da Silva assumiu a Prefeitura interinamente. No mês de janeiro de 2022, Pozzobom foi cassado pela Câmara de Vereadores, que empossou Pimentel como prefeito (efetivo) no dia 21 daquele mês. Só que 18 meses depois, nova decisão judicial devolve Pozzobom ao cargo. Nesta semana, outra decisão judicial mantém a cassação determinada pelo Legislativo e deixou Pimentel e sua turma assanhados. No entanto, uma liminar parece sustentar Pozzobom no cargo (é o que garantem seus assessores). É nesse clima que a cidade comemora seus 69 anos de fundação nesta quarta-feira.
VALDIR MIRANDA
Um observador da vida política de Umuarama. Radialista e jornalista aposentado.
Imagem cidade arte: Asaff Saab de Souza.
Valdir Miranda, jornalista e radialista aposentado.
Umuarama celebra hoje mais um aniversário de fundação. São quase 70 anos de história e desenvolvimento!