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Jornalista analisa os bastidores da política
Por VALDIR MIRANDA Especial para o Portal Coluna ITALO
Os bastidores da política em Umuarama começam a se agitar com vistas às eleições municipais de 2024. Pelo que se apresenta, apenas um nome se apresenta como candidato a prefeito: o atual vice prefeito Hermes Pimentel, que já se encontra em campanha desde o momento em que assumiu o cargo do Celso Pozzobom, afastado por decisão judicial e legislativa (cassado pela Câmara de Vereadores). Recém filiado ao PP, Pimentel tem se mostrado em vários eventos e não nega sua disposição em concorrer. Por enquanto para correr sozinho pela raia livre da campanha eleitoral.
Fala-se muito (e quase nada) sobre o vice que o Pimentel irá escolher. Num primeiro momento, enquanto ocupava interinamente o cargo de prefeito, nomes para vice surgiam às pencas. Hoje já não parece ser assim, mas ainda não deixa de ser um cargo “apetecível” em Umuarama. Ser vice, às vezes é melhor.... Já de outra parte (como se realmente ela houvesse) parece começar a se materializar outra frente, não de tantos partidos (até porque as tais federações partidárias formadas em 22 devem ser mantidas até 2026), mas de nomes expressivos em outras áreas de atividades que não a política. Insistiu-se bastante na possibilidade do retorno de Fernando Scanavaca (ex-prefeito e ex-deputado estadual), ao cenário de uma disputa eleitoral, mas sabe-se que ele preferiu se retrair, ao menos por um tempo apenas observando o cenário.
É possível observar uma crescente movimentação nos meios políticos do engenheiro agrônomo Antonio Carlos Fávaro. Funcionário público estadual desde os anos 80, lotado na Secretaria da Agricultura e Abastecimento, Fávaro conhece perfeitamente os meandros da política local e regional, tendo coordenado campanhas de deputado, senadores e governadores, no Noroeste, além das de prefeito em Umuarama. Ultimamente por conta de um sério problema de saúde na família (acabou perdendo a esposa, Ana Maria, depois de anos de luta contra um câncer), se afastou das questões políticas.
Mas, aos poucos, parece reencontrar sua melhor forma e tem agido em vários flancos, conversado com lideranças políticas, empresariais, classistas e comunitárias com o objetivo de fazer uma avaliação do quadro eleitoral atual.
Há anos tenho escrito (e falado) sobre a necessidade de Umuarama se voltar mais para as questões políticas, discutir mais a sua importância para o município e a região. A ausência de novas lideranças nesse cenário faz com que, às vésperas de uma eleição para a escolha de um próximo prefeito e renovação (ou não) dos vereadores, faz com o debate sobre a cidade, o município, fique cada vez mais vazio. Hoje, não temos um deputado estadual eleito por Umuarama, coisa que não ocorria desde a década de 70. Federal, temos o Zeca Dirceu que busca fazer uma representação local em Brasília, mas não tem influência no cenário político doméstico (a sua estreita ligação com a vizinha Cruzeiro do Oeste, onde foi prefeito duas vezes, impede que seja, de fato, um umuaramense). Hoje, quando se fala sobre filiação partidária ou indicação de nomes para cargos do Estado com representação em Umuarama, tem-se que recorrer a deputados de Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Londrina, Curitiba e por aí vai. Esses parlamentares, por mais boa vontade que possam ter, desconhecem a realidade local.
Essa falta de representatividade política é uma das consequências da deplorável moldura que adorna o retrato a que foi reduzida a cena eleitoral e administrativa de uma cidade que almeja grande futuro, mas não sabe cultivar devidamente o presente.
Andei ouvindo conversas de que um grupo reunindo seis dos dez vereadores decidiu por apoiar um candidato a prefeito de Umuarama em 2024. Até aí, é do jogo. Ocorre que o tal “apoio” só virá se eles indicarem um dos seis para ser vice. Essa proposta representa o que disse acima sobre a degradação da política local. É lamentável.
+ BASTIDORES DA POLÍTICA – Por Valdir Miranda