ETERNA SAUDADE!
Chaplin partiu e o mundo chorou!
40 anos sem Charles Chaplin. Gênio morreu no Natal de 1977
"A vida é uma tragédia se a vê de perto, mas uma comédia se olha de longe", dizia Charles Chaplin. Hoje, exatamente quarenta anos depois de sua morte, ainda não há distância suficiente para explicar a dramática trajetória de vida de um dos maiores gênios do humor.
"Este é um momento muito emocionante para mim e as palavras parecem fúteis, imprecisas... Só posso dizer obrigado pela honra de ter sido convidado a vir aqui. Vocês são maravilhosos, gente doce", expressou entre lágrimas Charles Chaplin quando Hollywood lhe rendeu homenagens em 1972, com um Oscar.
Em 1889, nascia Charles Spencer Chaplin, consagrado como o ator mais famoso do cinema cômico de todos os tempos. No Brasil ficou conhecido como Carlitos, nome do personagem que o marcou.
Considerado uma das personalidades mais criativas do mundo artístico, principalmente na época do cinema mudo, Chaplin escrevia, dirigia e atuava e, com o tempo, passou a produzir seus próprios filmes.
O seu personagem mais conhecido é “O Vagabundo” (The Tramp). Trata-se de um andarilho pobre que possui educação refinada semelhante a qualquer cavalheiro de posses. Vestia um fraque preto surrado e apertado, calças largas e desgastadas, sapatos maiores que o seu número. O traje se completava com um chapéu coco ou cartola e uma bengala de bambu. O personagem também usava um pequeno bigode.
Chaplin nasceu em Londres e seus pais eram separados, fato que levou sua mãe a ter uma instabilidade emocional. Ele e seu irmão Sidney, por muito tempo viveram em abrigos para crianças, pois a mãe não tinha condições de sustentá-los.
Desde criança Chaplin sentia atração pelo palco e representou alguns papéis durante a infância. Por volta de 1908, participou de um show de variedades, interpretando o papel de um palhaço.
De acordo com registros da imigração norte-americana, Charles Chaplin chegou ao país em 2 de outubro de 1912, com a trupe de Fred Karno, uma companhia de comédia. Sua atuação nos teatros foi apreciada por Mack Sennett, produtor de cinema que o contratou para seu estúdio. No início Chaplin sentiu certa dificuldade em se adaptar ao estilo de ação do cinema, mas foi nessa época que criou seu personagem Carlitos. A partir desse momento, passou a escrever e dirigir seus filmes.
Em 1919, fundou o estúdio United Artists, com atores famosos da época (Mary Pickford, Douglas Fairbanks e o diretor D. W. Griffith). Apesar dos filmes falados terem se tornado comuns em 1927, Chaplin só passou a usá-los em 1930.
Até hoje seus filmes são tidos como o que há de melhor desde a invenção do cinema. Em “Tempos Modernos”, ele retratou de forma brilhante a influência da mecanização na vida moderna. O personagem enfrentava desafios engraçados diante da tecnologia, e tentava se adaptar da melhor forma possível. O filme também não deixou de ser uma crítica à situação da classe operária e dos pobres em geral.
Em 1940, produziu “O Grande Ditador”, no qual interpretou de forma genial os dois protagonistas da história: o ditador Adenoid Hynkel (em clara referencia a Hitler) e o barbeiro judeu. Irônico e atrevido, logo no inicio da projeção havia uma mensagem que dizia que qualquer semelhança entre os personagens e a realidade era mera coincidência.
Quando viajou para a Inglaterra, em 1952, foi proibido de retornar aos Estados Unidos pelo serviço de imigração, sob acusação de “atividades não-estadunidenses” (na época o macarthismo perseguia supostos esquerdistas e comunistas no país).
Mesmo considerando a acusação injusta, Chaplin decidiu morar na Suíça. Anos depois recebeu diversos prêmios por suas produções no cinema (dois Oscar). Sua última produção foi “A Condessa de Hong-Kong”, em 1967.
No dia 4 de março de 1975, após muitos anos no exílio, foi condecorado pela Rainha Elisabeth II como ‘Sir’ do Império Britânico durante grandiosa e merecida cerimônia que repercutiu no mundo inteiro.
Charles Chaplin morreu aos 88 anos, justamente – por ironia do destino - no dia de Natal, em 1977, na Suíça. Foi sepultado no Cemitério Corsier Sur-evey.
Simplicidade e sentimento são, de fato, as vigas mestras da espetacular obra do grande cineasta, num tempo em que ele usava a sua genialidade e sensibilidade para produzir seus filmes, afinal a indústria do cinema engatinham e não existiam equipamentos moderníssimos como os de hoje.
Naquele triste Natal para a Humanidade, Charles Chaplin e seu inimitável Carlitos partiram, desta vez para sempre, “pela estrada de pó e esperança”, porém seus filmes viverão eternamente nas telas do cinema, da televisão e da internet. (ITALO FÁBIO CASCIOLA)
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Neste Natal, quarenta anos depois de sua partida, in memorian vamos rever um trecho de uma de suas obras primas que vão encantar crianças de todas as idades pelo futuro afora...