FERIADOS PREJUDICAM O COMÉRCIO
A mídia nacional já publicou o cronograma de feriados e pontos facultativos de 2023. A lista divide os mais diversos setores da economia e chama a atenção devido ao fato de 13 das 15 datas caírem em dias de semana. Muitos deles ainda devem ser “emendados”, criando dias, relativamente, inúteis para empresas que não acabam adotando o “enforcamento” dos dias anteriores e pós-feriados (segunda-feira quando o feriado é na terça-feira e sexta-feira quando o feriado é na quinta). São os casos do Carnaval, Corpus Christi, Independência do Brasil, Nossa Senhora Aparecida e Finados.
“VÍCIO CULTURAL”
Para o especialista em direito econômico, Luiz Guedes da Luz Neto, a profusão de feriados e pontos facultativos é um “vício cultural” que deveria ser reduzido às datas importantes na história brasileira. Segundo ele, uma alteração mais fácil de ser implementada poderia ser o deslocamento dos feriados para a segunda-feira ou sexta-feira.
“Essa simples mudança tem o potencial de estimular a atividade produtiva e, por consequência, aumentar a arrecadação (sem a necessidade de criação ou de majoração de tributos), resultados almejados em qualquer economia, diminuindo, assim, um dos componentes do Custo Brasil”.
“A diminuição ou racionalização dos feriados poderia ser um elemento a mais na luta pela diminuição das despesas, com ganho de produtividade para a nação, o que poderia ajudar no reposicionamento positivo do país no ranking dos países produtivos”.
COMÉRCIO VAREJISTA
Um dos setores mais prejudicados pelos dias ociosos é o comércio varejista. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cada feriado em dia útil gera um prejuízo, aproximado, de R$ 2,46 bilhões ao varejo. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Calçados e Couros do Estado (Sincalco-MT), Junior Vidotti, comenta que o excesso de feriados tira a competitividade dos estabelecimentos e que o peso da carga tributária fica ainda maior com o expediente reduzido.
“A produtividade das empresas pode cair até 5%, dependendo da quantidade de feriados no mês e se eles são emendados, e isso prejudica o Brasil como um todo porque as empresas acabam sendo mais oneradas. Dessa forma, perde-se também em geração de emprego e renda”, lamenta o empresário.