SEGUE A CRISE...
Onde está o dinheiro? Sumiu!
Até poucos meses a preocupação maior coletiva era evitar a contaminação da covid-19. Com o avanço da vacinação e a forte diminuição de casos de mortes e contaminados, agora a insônia é provocada pela terrível inflação que todos estamos enfrentando de norte a sul do Brasil.
Tudo o que é essencial para sobreviver teve seus preços alterados, a maioria em patamares abusivos, o que provoca o protesto de milhões de pessoas – principalmente quem vive de salário mínimo, que nesta situação fica cada vez mais ‘mínimo’...
A Fundação Getulio Vargas divulgou pesquisa realizada pelo renomado economista Daniel Duque, que revela números que apavoram ainda mais: Com essa pandemia inflacionária 70% dos trabalhadores estão recebendo menos do que ganhavam antes do surgimento da covid-19 Conforme revela detalhadamente o levantamento divulgado pela FGV, nas camadas médias da população o recuo no ganho foi de 28%, enquanto entre 10% mais ricos o ganho real chegou até 8%.
Os cálculos realizados pelo pesquisador Daniel Duque tiveram como base o rendimento do trabalho domiciliar per capita, isto é, a renda dividida pelo número de pessoas de uma família. A conta também levou em consideração o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho, que estava em 8,35% no acumulado de 12 meses.
Em setembro, a inflação foi de 1,16%, maior percentual para o mês desde 1994. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa subiu para 10,25% em setembro, em 1 ano.
Com o IPCA mais alto do que o registrado no mês de junho, quando foi realizada a pesquisa, o impacto no salário dos trabalhadores pode ser ainda mais elevado. O fim do pagamento do Auxílio Emergencial, cuja última parcela foi depositada em setembro, também aumenta a perspectiva de redução de poder de compra.
E essa situação será revertida até quando ninguém até agora soube mostrar. Para os economistas, o otimismo está em baixa, mas graças à esperança de que ‘tudo vai melhorar’ uma grande parcela da opinião pública aposta que já no Natal – pouco m mais de um mês – a economia brasileira se recupere para que em 2022 tudo realmente volte ao anormal, seja na saúde como na economia, pois ambas são vitais para sobreviver. (ITALO FÁBIO CASCIOLA)