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Empresas manterão home office
O distanciamento social imposto pela covid-19 levou a maioria das empresas de todos os setores a adotar novas práticas de trabalho, entre elas o home office. Os resultados alcançados até o momento mostram que mais de 70% delas esperam a continuação do trabalho remoto, integral ou parcialmente, após o fim da pandemia. Entre as empresas, a expectativa pela permanência do home office é maior no segmento de serviços (89%), seguido pelas indústrias (79%) e pelo comércio (73%). Os dados fazem parte de uma pesquisa com 375 companhias do Brasil realizada pela Talenses Group, holding especializada no recrutamento de profissionais, em parceria com a Fundação Dom Cabral.
“O objetivo é entender quais os impactos da covid-19 no dia a dia dos profissionais e na maneira de gestão das empresas. A pandemia causou transformações importantes em diversos setores da economia”, afirma Luiz Valente, CEO do Talenses Group.
O levantamento mostrou que, em média, 70,3% dos trabalhadores estão em home office desde o início da quarentena. Para se ter uma ideia dos resultados positivos, basta destacar que na indústria, de fevereiro para março, a porcentagem de funcionários em trabalho remoto passou de 15,2% para 51,1%, enquanto que no setor de serviços o crescimento foi de 25,6% para 76,3%. Funcionando apenas para atividades essenciais, o comércio foi o segmento com a menor taxa de aumento, de 11,7% para 22,9%.
De forma geral, menos de 30% das empresas tiveram dificuldade em implantar o home office. O maior desafio foi lidar com questões culturais relacionadas a este modelo de trabalho, principalmente na indústria.
O setor de serviços sofreu mais do que os outros pelo fato de os processos não poderem ser realizados de forma remota. O comércio, por sua vez, além da dificuldade de adaptação ao formato, foi fortemente impactado pela falta de infraestrutura para todos os colaboradores, como notebook, telefonia, entre outros.
“Esses resultados eram de certa forma esperados. Nem todas as empresas estavam preparadas de uma semana para outra para implantar uma estrutura de trabalho remoto, muito em função das características de suas atividades”, diz Valente.
“No entanto, a pandemia provocou muitas reflexões e quebras de paradigmas nas formas de gestão das empresas, entre elas a adoção do home office, que permanecerá como uma nova prática de trabalho”, completa.
OTIMISMO COM O FUTURO DO HOME OFFICE
O mesmo otimismo em relação ao futuro do home office é compartilhado pelo diretor executivo da Infobase e coordenador do MBA em Marketing, Inteligência e Negócios Digitais da Fundação Getúlio Vargas, André Miceli.
De acordo com estudos do professor da FGV, o número de empresas que pretendem adotar o trabalho remoto deve crescer 30% após o período de quarentena e a volta normal das atividades.
“Além da segurança em tempos de pandemia, pesquisas apontam que esse modelo de trabalho traz um aumento entre 15% a 30% na produtividade do colaborador”, afirma.
Segundo Miceli, com uma previsão prolongada de quarentena, estima-se que os modelos remotos se tornem parte do imaginário corporativo e ganhem força após a contenção do surto.
“Caminhamos para um cenário, portanto, em que eles se tornarão mais comuns”, diz.
FONTE: Diário do Comércio MG