SÓ NOTÍCIA RUIM
Espreme a notícia que sai sangue!
Quando as pessoas saem à procura de notícias para se manter informadas sobre o dia a dia, arregalam os olhos, numa mistura de surpresa e medo, diante de tanta selvageria que acontece na cidade e no País.
A absoluta maioria das notícias são grotescas, umas causam nojo, outras pavor – retratando a própria realidade grotesca. O internauta acessa um site ou pega um jornaleco de papel, que pingam e respingam sangue... Poderíamos dizer que são proibidas para menores e para quem tem problemas cardíacos.
Mas o que aconteceu que jornalistas, ‘focas’ e blogueiros hoje preferem emporcalhar o dia a dia com tanta imundície, sendo que acontece tanta coisa boa que rendem notícias boas que causam otimismo e levantam o astral dos leitores?
Pois, felizmente, foi lançado um livro que mostra essa realidade grotesca da imprensa (impressa e on line) na atualidade, que recomendo aos ‘caçadores de notícias do submundo’: "Espreme que sai sangue: um estudo do sensacionalismo na imprensa", escrito pelo jornalista Danilo Angrimani.
O título já diz tudo: espreme a notícia que escorre sangue por entre os dedos da legião de leitores! É de revirar o estômago ver que, com tantos avanços tecnológicos, científicos e de informação, ainda estamos no meio da selvageria de um tipo de Idade Média em pleno século 21! E, pior, que a tão decantada imprensa (mídia, veículos, ‘focas’ e escribas), tem uma ala que prefere divulgar o mal, o lado escuro coberto de trevas da criminalidade que assola estes tempos modernos...
Mas, por que a imprensa sensacionalista atrai tantos leitores neste mundo moderno? O que está por trás da divulgação e do amplo consumo das manchetes sanguinárias, dos relatos de roubos, assaltos e tiroteios, agressões violentas em famílias, acidentes trágicos em rodovias e vias urbanas?
Neste livro, “Espreme que sai sangue...”, o autor investiga o fenômeno do sensacionalismo na imprensa sob várias dimensões: sua história através dos tempos, sua produção, e as razões mais profundas que fazem com que um amplo público seja atraído por este ‘produto’.
A obra analisa como a linguagem utilizada remete ao inconsciente dos consumidores atendendo a necessidades psicológicas coletivas, e investiga os mecanismos que interagem no processo de atração e compra sensacional.
Os estudantes de comunicação deveriam ler esse livro, pois é deles que depende o futuro do jornalismo, porque recomendar para quem já está nessa lida não vai adiantar nada, é tempo perdido, pois vão continuar fazendo o que fazem porque rende audiência, e os veículos impressos e on line são escravos desse ‘patrão’ chamado audiência porque rende faturamento para os patrões donos de jornais e sites... (ITALO FÁBIO CASCIOLA)
Capa do livro "Espreme que sai sangue: um estudo do sensacionalismo na imprensa", escrito pelo jornalista Danilo Angrimani.