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O FUTURO É HOJE!
Robôs jornalistas já são realidade
Aqui no interior isso é impensável; jornais não investem em tecnologia
Publicado em 01/07/2019 às 19:31 Italo
Robôs jornalistas já são realidade

Uma das manchetes da edição de junho da revista Exame anuncia: "Robôs que transformam dados em textos chegam às redações". A matéria, apurada pela agência espanhola EFE, menciona que os robôs são os "jornalistas do futuro, sem cabeça para pensar ou mãos para escrever".

A técnica, já utilizada pelo jornal francês Le Monde, pode produzir notícias que não necessitem de análise e que se nutram principalmente de dados, como resultados de eleições ou de eventos esportivos. A agência americana Associated Press é outro exemplo de empresa jornalística que aproveita as máquinas para a redação de matérias esportivas e financeiras. Nos meios digitais, um blog da revista americana Forbes também divulga ações negociadas nas bolsas de valores por meio de um software de inteligência artificial.

Para aliar os temas de tecnologia e jornalismo, a revista Superinteressante divulgou os resultados de um estudo realizado pela Universidade de Munique Ludwig-Maximilians. A pesquisa destacou que as pessoas abordadas confiam mais em textos gerados por algoritmos do que naqueles escritos por jornalistas reais. Ao mesmo tempo em que os leitores acharam as matérias escritas por humanos mais legíveis, avaliaram melhor as notícias geradas por computador no quesito credibilidade.

ROBÔS JORNALISTAS NAS REDAÇÕES

Enquanto repórteres e editores se veem vítimas de demissões em editoras digitais e cadeias de jornais tradicionais, o jornalismo gerado por máquinas está em ascensão.

Aproximadamente um terço do conteúdo publicado pela Bloomberg News usa alguma forma de tecnologia automatizada. O sistema usado pela empresa, Cyborg, é capaz de ajudar os repórteres a produzir milhares de artigos sobre os relatórios de lucros da empresa a cada trimestre.

O programa pode dissecar um relatório financeiro no momento em que aparece e citar uma notícia imediata que inclua os fatos e números mais pertinentes. E, ao contrário dos repórteres de negócios, que acham esse tipo de coisa uma soneca, o fazem sem reclamar.

Incansável e preciso, Cyborg ajuda a Bloomberg em sua disputa contra a Reuters, seu principal rival no campo do jornalismo financeiro de negócios, além de dar a ele uma chance de lutar contra um participante mais recente na corrida da informação, hedge funds, que usam inteligência artificial para servir aos seus clientes novos fatos.

Além de cobrir os lucros da empresa para a Bloomberg, os repórteres robôs têm sido produtores prolíficos de artigos sobre beisebol da segunda divisão para a Associated Press, futebol do ensino médio para o The Washington Post e terremotos para o Los Angeles Times.

Como o uso de inteligência artificial tornou-se parte da caixa de ferramentas do setor, os executivos de jornalismo dizem que isso não é uma ameaça para os funcionários humanos. Em vez disso, a ideia é permitir que os jornalistas passem mais tempo em trabalhos substantivos.

O Post tem um repórter de robôs chamado Heliograf, que demonstrou sua utilidade com a cobertura dos Jogos Olímpicos de 2016 e das eleições de 2016. No ano passado, graças a Heliograf, o The Post ganhou na categoria de Excelência em Uso de Bots no Global Global Biggies Awards, que reconhece as conquistas no uso de big data e inteligência artificial.

Depois de observar todas essas realidades, vemos que já se faz jornalismo do futuro em veículos que se preocupam em manter seus leitores informados em tempo real, fugindo dos sistemas arcaicos e investindo na tecnologia artificial.

Aqui no interior do Paraná os jornais impressos ainda vivem no passado, com aqueles recursos limitados da informática de seus poucos equipamentos, usando a internet para copiar-colar releases dos políticos e dos governos. E suas redações assim continuarão nessa bolha de sonolento marasmo. Basta ver as páginas deles e constatar isso...

REPORTAGEM E PESQUISA: Italo Fábio Casciola

Edição: Thais Polesi

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