DINHEIRO VIRTUAL
Facebook vai lançar sua criptomoeda
A chegada de uma criptomoeda pelas mãos de uma das empresas mais valiosas do mundo, o Facebook, deverá marcar uma nova etapa na história desse tipo de moeda virtual.
O Facebook divulgou na terça-feira (18) alguns detalhes sobre a libra, sua moeda virtual. O objetivo é expandir as fontes de receita da companhia de Mark Zuckerberg por meio de uma operação no comércio eletrônico e pagamentos globais. Ao lado da companhia estarão as maiores redes de pagamentos do mundo: Visa e Mastercard.
A nova moeda digital será administrada por uma entidade, a Associação Libra, formada por Facebook e, até agora, outros 28 sócios, com sede em Genebra. O lançamento está previsto apenas para o primeiro semestre de 2020.
Entre os parceiros dessa empreitada estão Mastercard, Visa, Spotify, PayPal, eBay, Uber e Vodafone, além de algumas empresas de capital de risco (venture capital), como a Andreessen Horowitz. A expectativa é que a Associação Libra chegue a 100 parceiros. O acordo prevê que cada um terá um voto em decisões importantes e empresas devem desembolsar a partir de US$ 10 milhões para entrar para a lista de parceiros.
TRIPLA INSPIRAÇÃO: NOME
O nome da nova moeda, segundo David Marcus, ex-executivo da PayPal que lidera o projeto para o Facebook, teve três inspirações: as medidas de peso romanas, o signo astrológico que representa a Justiça e a palavra francesa para liberdade. “Liberdade, Justiça e dinheiro, que é exatamente o que estamos tentando fazer aqui”.
Foi criada pelo Facebook uma subsidiária chamada Calibra, responsável por oferecer carteiras digitais para salvar, enviar e gastar as libras. O Calibra será interligado às plataformas de mensagens do Facebook, Messenger e WhatsApp, o que dará ampla vantagem à operação, já que, juntos, os aplicativos contam com cerca de 1 bilhão de usuários!
Esse tipo de aposta pode render muitos outros negócios para a companhia, mas problemas relativos à privacidade do consumidor, assim como barreiras regulatórias, poderão comprometer o apetite de Zuckerberg — ainda mais em um mercado altamente desregulado e pouco conhecido por ser relativamente novo. O objetivo é não apenas pegar carona nas transações entre consumidores e empresas, mas também ser uma alternativa de serviço financeiro aos clientes sem acesso a conta bancária.
Segundo divulgação feita pela associação, apesar da popularização da internet e da banda larga móvel e do acesso a informações a um custo cada vez menor, essa conectividade, mesmo com o fortalecimento econômico, ainda não conseguiu incluir 1,7 bilhão de adultos no mundo que ainda estão fora do sistema financeiro, embora 1 bilhão deles tenha um smartphone.