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E FOI ASSIM...
GENTE CHEGANDO PARA COMEÇAR UMA NOVA VIDA...
Umuarama era a terra que prometia fortunas e um futuro radiante!
Publicado em 25/06/2024 às 14:24 Italo
GENTE CHEGANDO PARA COMEÇAR UMA NOVA VIDA...

A Mãe Natureza levou uma eternidade para construir aquela bela floresta fechada que existia no passado... Porém, a avassaladora onda da colonização que aqui assolou entre 1953 e 1955 conseguiu devastar tudo o que havia.

Dessa ação resultou um vasto clarão no meio da mata virgem, destinado à construção de uma futura cidade: UMUARAMA. Isso não é uma crítica ecológica ao pioneirismo, é um fato histórico!

Um exército de homens e máquinas chegou derrubando tudo, em nome da execução do mirabolante projeto da CMNP para “plantar” mais um núcleo habitacional. Seguindo à risca todos os detalhes do primeiro traçado, com milhares de metros quadrados onde surgiriam depois os primeiros bairros, chamados de Zona 1, Zona 2, Zona 3..., em pouco tempo as frondosas sombras dos perobais deram lugar a um escaldante espaço de areia (ou arenito caiuá), espalhada por uma geografia acidentada e tortuosa.

Toda essa barulhenta obra chamou a atenção de gente de todos os lugares, atraída por um ímã de interesses e esperanças do aparecimento de um novo Eldorado, que prometia fortunas e um futuro radiante. Já era prevista essa romaria, tanto é que a colonizadora logo de início foi instalando um ponto de ônibus, marco de chegada para aventureiros e colonos vindos de perto e de longe, numa multiplicidade de sotaques brasileiros e de línguas de imigrantes saídos até de outro lado do planeta.

Estava dado o início da corrida ao ouro, ou melhor, uma maratona alucinada e febril do “Ouro Verde” que, prometiam os “picaretas”, seria colhido em milhares de toneladas pouco tempo depois de plantado. Na mesma velocidade em que chegavam os forasteiros, foram surgindo casas, residenciais e comerciais, ao redor daquele ponto de parada das “jardineiras” antigas. Ali também desembarcaram os sofridos “paus-de-araras”, depois de andanças por milhares de quilômetros. Era um vai-e-vem de coletivos e caminhões chegando a todo momento, numa agitação épica antes (e depois) nunca vista, típica do descobrimento de um novo mundo...

Um pandemônio impossível de imaginar nos dias de hoje, pois era uma época em que Umuarama era carente em tudo, não havia absolutamente nada em termos de infra-estrutura para acomodar tanta gente que chegava todos os dias. A maioria, logo depois de botar o pé no chão nesta Terra Prometida, saía em disparada e sem rumo, à procura de um lugar para trabalhar nas fazendas que estavam sendo abertas.

Muitas famílias improvisavam acampamentos nas saídas para Cruzeiro do Oeste, Xambrê, Serra dos Dourados, à espera de emissários de fazendeiros que passavam contratando trabalhadores a preço de banana, muitos aceitavam para garantir a comida e um teto em barraco coberto de palmito...

Essas são minúcias que a história oficial da colonizadora não conta e nem os pseudos “historiadores”, que vivem a papagaiar repetindo continuamente apenas a versão de que aqui era a Terra Prometida e preparada para receber as legiões de colonos, não conhecem. A grande verdade é que o que parecia um sonho, a olho nu se revelava um terrível pesadelo, principalmente para aqueles que chegaram com poucos (ou quase nada) recursos para iniciar uma nova vida. (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

Imagem cidade arte: Asaff Saab de Souza. 

WWW.COLUNAITALO.COM.BR

Nestas imagens do século passado podemos ver o sacrifício que era viajar para chegar a Umuarama, a nova cidade que estava nascendo. Gente de todos os lugares vinha apostando na esperança de fazer a vida trabalhando e ser feliz...

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