Trilha Da Historia
Por esta longa avenida rodam o passado, o presente e o futuro de Umuarama!
A Avenida Paraná sempre foi, é e continuará sendo a alma e o coração de Umuarama. Sua importância remonta antes mesmo da cidade ser projetada… Acontece que o engenheiro da colonizadora CMNP Waldomiro Babcob, mentor da planta em 1953, teve como ponto de partida uma linha reta da qual se ramificaram todas as outras vias e praças, que passaram a ser abertas no amplo terreno que surgiria depois de derrubada a mata abrindo um imenso clarão na floresta para a nova cidade, naquele mesmo ano, logo após a Companhia Melhoramentos ter fechado negócio da compra do terreno.
A avenida foi a espinha dorsal na prancheta de seu criador, que certamente previu que ela se eternizaria pelas décadas posteriores como a artéria vital e triunfal de uma cidade fecundada para ser, no futuro, uma metrópole de 200 mil habitantes, seguindo os moldes de Londrina, Maringá e outras cidades plantadas pela colonizadora.
Como jóia mais cara de uma coroa, a Avenida Paraná teria como centro uma praça (Arthur Thomas) e outras duas nas extremidades (a Miguel Rossafa e a Santos Dumont, que inicialmente era tratada por “Praça das Perobas”, pois no local foram mantidas intactas algumas dezenas desse tipo de árvores). Mas, o marco zero era mesmo a Arthur Thomas, onde foi erguido um predinho de tábuas com apenas dois pavimentos, um térreo e outro superior, para acomodar o escritório de vendas de terras da colonizadora.
Antes mesmo de Umuarama ser fundada, em 26 de junho de 1955, rapidamente foram sendo erguidas diversas construções, todas em madeira, ao redor da praça: lojinhas, bares, barbearia, enfim, a antiga “pracinha”, que nem isso ainda era, apenas um terreno de formato circular vazio, foi eleita o lugar preferido para reunir o comércio.
Esse interesse não surgiu por acaso: é que no centro do “redondo” havia sido construído o “ponto de ônibus”, parada única para as “jardineiras” (ônibus) que chegavam de todos os lugares apinhadas de gente que sonhava em começar a aventura de fazer fortuna e fincar raízes na nova fronteira agrícola que se descortinava nestas plagas antes só habitadas por índios, animais selvagens e uma frondosa floresta.
Além da legião de pioneiros que desembarcou antes, a maioria mineiros e paulistas, nesta segunda leva de forasteiros figuravam os imigrantes estrangeiros: libaneses, portugueses, italianos e japoneses, que apostavam na coragem, determinação de trabalhar e seu tirocínio para o comércio e a lavoura. E ainda nem inaugurada, a cidade estava em completa e fervilhante ebulição. As construções se multiplicaram pelo antigo centro, e, assim, foram sendo ocupados os primeiros quarteirões da Avenida Paraná, que elegi para ser o centro desta resenha.
No dia da fundação oficial de Umuarama, domingo 26 de junho de 1955, a Avenida Paraná já tinha vários quarteirões pontilhados por todo tipo de empreendimentos comerciais: relojoarias, lojas de tecidos, sapatarias, botecos e botequins, alfaiatarias, armazéns de secos e molhados (os supermercados daquele tempo), açougues, farmácias, quitandas, bazares, escolas de datilografia e revendas de máquinas de escrever, além de um monte de outros pequenos negócios.
Era preciso suprir as necessidades da população que já vivia aqui e preparar-se para a romaria de milhares de outras famílias que estavam por chegar, afinal a fama da fertilidade da terra para plantar café havia sido espalhada pelo Brasil afora pela própria colonizadora, principal interessada em vender áreas para lavouras no campo e terrenos na zona urbana.
Num salto pirotécnico pulo até o presente, quando a longa Avenida Paraná foi agigantada ainda mais recentemente e hoje possui a extensão Alto da Avenida Paraná, onde está situada a Umuarama do presente e do futuro – apenas para citar o seu potencial como referência urbana me limito a registrar que ali está o moderno e hiper movimentado Shopping Palladium, uma jóia arquitetônica e referência comercial destes tempos modernos! (ITALO FÁBIO CASCIOLA)