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ISSO É ABSURDO...
Medo de efeitos colaterais e de agulha prejudicam vacinação
Dois motivos que fazem os brasileiros resistirem à vacina
Publicado em 27/01/2023 às 11:34 Ítalo
Medo de efeitos colaterais e de agulha prejudicam vacinação

Medo de efeitos colaterais e de agulha, crença em informações duvidosas de redes sociais e até conselhos de líderes religiosos são algumas das principais razões que fazem os brasileiros resistirem à vacinação, mostra estudo realizado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com o apoio do Consasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais da Saúde).

A pesquisa, divulgada na terça-feira, 24, para gestores municipais e obtida com exclusividade pelo Estadão, entrevistou 2.235 pessoas entre setembro e outubro de 2021 em todas as regiões do País.

O objetivo era entender o nível de confiança nas vacinas e quais são os fatores que vêm causando a crescente hesitação vacinal no país. Nos três últimos anos, o país não atingiu as metas de imunização das principais vacinas do calendário infantil.

De acordo com o estudo, 72,8% dos entrevistados afirmaram se preocupar com os possíveis efeitos colaterais das vacinas. Esse foi o principal fator de hesitação vacinal encontrado pelos pesquisadores.

Cerca de 37,6% dos participantes disseram que também consideram a forma de aplicação do imunizante (via oral, injeção etc.) para decidir se tomam ou não um imunizante - de forma geral, o medo de agulhas faz com que algumas pessoas resistam aos imunizantes aplicados por meio de injeções.

Um em cada quatro entrevistados (24%) disse levar em consideração informações de redes sociais na decisão de se vacinar e um em cada quatro entrevistados (18,2%) afirmou que é influenciado também pela orientação de líderes religiosos.

Por outro lado, a pesquisa mostra que mais de 98% dos entrevistados reconhecem a importância das vacinas para a própria saúde e 92% consideram todas as vacinas recomendadas pelo SUS benéficas.

Segundo pesquisadores e gestores municipais, os dados mostram que não há um grande movimento de recusa vacinal no País, mas, sim, de hesitação. São poucos os que integram ativamente movimentos antivacina.

VISÃO POSITIVA

Segundo Daisy Maria Xavier de Abreu, pesquisadora do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG e integrante da equipe responsável pelo estudo, apesar da crescente hesitação vacinal e desinformação, a percepção geral sobre vacinas ainda é positiva no Brasil, condição que, segundo ela, precisa ser aproveitada para que movimentos antivacina não prosperem no País.

"A pesquisa mostra que a gente não está num momento tão assustador porque os pontos de vista favoráveis às vacinas ainda estão muito presentes e o grau de confiança ainda é alto", afirma.

Dados preliminares da pesquisa mostram que a hesitação relacionada ao medo de efeitos colaterais é maior entre pessoas de menor renda e menor nível de instrução. "É a população que tem menos acesso a meios de comunicação confiáveis, que se informa por informações que chegam pelo WhatsApp e tem menos condições de diferenciar se aquela informação é correta", afirma Hamida.

FONTE – Estadão

WWW.COLUNAITALO.COM.BR

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