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AGORA É LEI!
Chega de queimadas em Umuarama!
Legislativo aprova proibição, mas... quem vai fiscalizar para que a lei seja cumprida será a própria população, a quem caberá fazer as denúncias!
Publicado em 01/11/2017 às 08:04 Italo
Chega de queimadas em Umuarama!

Durante a sessão da Câmara Municipal de Umuarama desta segunda-feira entrou em primeira discussão, sendo aprovado por unanimidade, o Projeto de Lei Nº 77/2017, propositura do vereador Marcelo Nelli, a qual proíbe a queima da palha de cana-de-açúcar no Município.

Com quatro artigos, o conteúdo extingue a queimada nas plantações ou de forma exclusiva por usinas; ou ainda através de arrendamento ou parceria agrícola.

O conteúdo também endossa que as usinas de álcool e açúcar ficam proibidas de industrializar a cana-de açúcar de propriedades que utilizam o método da queima da palha.

Outra determinação é que o Executivo disponibilize canal direto à população para reclamação ou denúncias quanto aos danos caudados pela fuligem originária da queima da cana-de-açúcar.

A propositura também prevê multas que podem ser de: I – R$ 100.000,00 ao ser autuado pela primeira vez; II – R$ 500.000,00 em caso de reincidência e, III – R$ 1.000.000,00, no caso de ser reincidente e estar sendo novamente autuado.

O dinheiro arrecadado com as multas seria destinado à Secretaria do Meio Ambiente, no auxílio à fiscalização e ações para recuperação do solo.

SUBSTÂNCIAS PODEM ATÉ ALTERAR O CLIMA

Um estudo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP identificou substâncias orgânicas presentes na poeira e fuligem da queima da palha da cana, entre elas os n-alcanos, que repelem água, e os hidrocarbonetos policíclicos, que trazem alto risco à saúde humana!

O Brasil acaba de ganhar seu primeiro banco de dados que identifica um grande número de compostos orgânicos presentes na poeira e fuligem originada da queima da palha da cana-de-açúcar, chamados de material particulado atmosférico. O banco de dados traz a concentração de 172 substâncias orgânicas presentes em amostras de material particulado de regiões agroindustriais do Estado de São Paulo.

As altas concentrações de duas substâncias, n-alcanos e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, foram os que mais chamaram a atenção da pesquisadora, responsável pelo estudo, a química Roberta Cerasi Urban.

Os n-alcanos são compostos orgânicos que possuem apenas átomos de carbono e hidrogênio. “Os n-alcanos são hidrofóbicos, ou seja, repelem a água, e isso pode dificultar a formação de nuvens e consequentemente, alterar os regimes de chuva da região”.

ALTO POTENCIAL CANCERÍGENO

Além de poder alterar o clima, as substâncias provenientes da queima de biomassa são tóxicas e com alto potencial cancerígeno e mutagênico, ou seja, podem causar dano à molécula de DNA. “Já foi evidenciado, também, que o material particulado gerado por estas queimadas durante o período da safra da cana, ao penetrarem o corpo humano, também podem causar doenças respiratórias e cardiovasculares”, enfatiza Roberta.

Nesse sentido, diz Roberta, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, encontrados no material particulado, são uma classe de compostos químicos que a literatura já demonstrou ter um alto risco à saúde humana, pois vários deles podem causar câncer.

“Sua concentração durante o período da safra da cana-de-açúcar foi até 2, 3 vezes maior que os valores recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”.

IMPACTOS DIRETOS NA VIDA DAS PESSOAS

As amostras analisadas no trabalho foram coletadas em 2010 e 2011, quando a mecanização da colheita era aproximadamente 60% no Estado de São Paulo. “Isso demonstra que mesmo após uma significativa redução da queima da palha, o impacto na saúde humana ainda era grande”, diz a pesquisadora.

Esses resultados, diz Roberta, corroboram com o alerta já feito pelos profissionais que trabalham com meio ambiente e na saúde pública, que a queima da cana causa impactos diretos na vida das pessoas.

E tem ainda mais um agravante: as queimadas deixam para traz animais de diversas espécies mortos pelo fogo que arde nos canaviais...

FONTE: Universidade de São Paulo/USP Ribeirão Preto

MAIS INFORMAÇÕES EM: http://ribeirao.usp.br/?p=4485

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