NO GUINESS BOOK
O MÉDICO + IDOSO DO MUNDO
O que para muitos pode ser um pesadelo, para Howard Tucker é uma realização. Nascido em 10 de julho de 1922 em Cleveland, Ohio, nos Estados Unidos, e formado em Medicina, o americano continua a atender seus pacientes mesmo após completar 100 anos. O reconhecimento pelo Guinness World Records como o médico mais velho em atividade veio em fevereiro de 2021.
Com uma carreira de 75 anos, o neurologista já passou por diversos momentos marcantes, incluindo a recente pandemia da Covid-19, na qual ele trabalhou. Hoje, além de atender seus pacientes durante a semana, ele também compartilha seus conhecimentos ensinando médicos residentes no St. Vincent Charity Medical Center, em Cleveland.
Em entrevista ao Guinness, o médico conta que, mesmo com idade avançada, a aposentadoria não é uma opção no momento. “Eu acredito que a aposentadoria é inimiga da longevidade. Mesmo na minha juventude, eu nunca pensei em me aposentar”, comenta Tucker.
A VIDA INTEIRA DEDICADA À MEDICINA
Apesar do sucesso na carreira, medicina não foi sua primeira opção. Apaixonado por música desde a infância, o médico que tocava violino e contrabaixo conta que quase se tornou músico profissional. No entanto, durante o ensino médio ele mudou de ideia e optou pela carreira médica, passando a frequentar a Universidade do Estado de Ohio para seus estudos.
Após a graduação, ele se alistou para a Marinha e chegou a servir durante a Guerra da Coréia como chefe de neurologia da Frota do Atlântico. Porém, além dos atendimentos, Tucker também amava ensinar.
Foi desse modo que ele conheceu sua esposa no Instituto Neurológico de Nova York, quando se tornou um instrutor de neurologia. “Quando eu estava ensinando, um dos alunos chamou minha atenção.
Quatro meses depois que ela se formou na minha turma, nós dois nos encontramos, por acaso, no mesmo restaurante em Nova York”, relata o médico. “O resto é história e nos casamos em 1957”.
ELE DESAFIOU ATÉ O CORONAVÍRUS...
Durante sua carreira, Howard trabalhou em muitos casos e diagnósticos raros, incluindo o caso místico das “Belas Adormecidas” em 1960.
Dois pacientes jovens estavam entrando e saindo do coma há meses, porém nenhum médico conseguiu fechar um diagnóstico. Howard e seu residente avaliaram os pacientes e concluíram que era um caso de envenenamento por barbitúricos que foi comprovado posteriormente com exames de sangue.
Em outro caso, o neurologista diagnosticou com ressonância magnética um paciente que era um dos 5% que têm esclerose múltipla (EM) sem lesão visível. O desafio mais recente aconteceu há dois anos, quando o coronavírus atingiu a população mundial. Mesmo sendo considerado do grupo de risco por conta da idade, Tucker não abandonou sua função e trabalhou durante o pico da Covid-19. “Obviamente, tomei as precauções necessárias para me manter seguro e me proteger, mas ainda assim fui trabalhar como qualquer outro dia”, explica.
Mesmo após ser diagnosticado com coronavírus após seu 100º aniversário, ele não parou de trabalhar e continuou a ensinar seus residentes via Zoom.
CONSAGRADO COMO O MÉDICO MAIS VELHO DO MUNDO
A decisão de se inscrever para o registro de médico praticante mais antigo veio depois de ler o obituário de um barbeiro que foi citado como um dos profissionais mais velhos do mundo. Ao ver que eles tinham idades próximas, Tucker percebeu que também poderia ser um recordista.
Com a ajuda de seu neto, Austin, ele fez um pedido oficial ao Guinness World Records que foi prontamente atendido.
CONTINUA EM ATIVIDADE
A longevidade presenteou Howard com décadas de experiência que muitos médicos apenas sonham em ter. Quando questionado sobre por que ainda continua em atividade após tantos anos, ele comenta que o desafio de pensar em um caso e ajudar os pacientes, bem como ensinar a próxima geração de neurologistas, é sua motivação.
Com a tecnologia mudando drasticamente a maneira como os profissionais da saúde trabalham, Tucker precisou se atualizar constantemente. Ao contrário de alguns de seus colegas, o médico não se intimidou. “Me recuso a permitir que mudanças na tecnologia prejudiquem minha capacidade de cuidar de pacientes ou ensinar médicos residentes”, afirma.
Sempre buscando se desafiar e manter seu cérebro afiado, ele também passou no Exame da Ordem de Ohio em 1989, aos 67 anos – possivelmente sendo a pessoa mais velha a conquistar o feito. Devido à sua formação jurídica, ele trabalha como médico-legal e presta consultoria em vários casos.
Quando não está trabalhando, ele aproveita o tempo com sua esposa, seus quatro filhos e seus dez netos. Sua esposa, Sue, agora com 89 anos, também continua trabalhando como psicanalista.
FONTE – Guiness Book