AVIÃO DO FUTURO
NASA testa o supersônico silencioso
A NASA e a Lochheed Martin iniciaram testes laboratoriais para diminuir os impactos sonoros do vindouro jato supersônico X-59. Segundo a agência, esse processo de pequena escala vai ajudar os engenheiros a trabalharem nas soluções físicas e de software para que o estrondo causado pela quebra da velocidade do som seja menor.
Os novos aviões supersônicos podem voar até a 1,7 Mach, que corresponde a cerca de 2.000 quilômetros por hora.
Segundo a NASA, uma miniatura do X-59 com a mesma forma do modelo real foi colocada em um túnel de vento supersônico de 2,4m por 1,8m. Com a atuação do ar de encontro à aeronave, foi possível verificar as ondas de choque produzidas pelo atrito.
Câmeras e sensores colheram os resultados e determinaram a força energética exalada pelo protótipo. "Com o X-59, queremos demonstrar que podemos reduzir os irritantes estrondos sônicos em algo muito mais silencioso, conhecido como 'batidas sônicas'. O objetivo é fornecer os dados de ruído aos reguladores, o que pode resultar em novas regras para voos supersônicos terrestres.
O teste provou que não temos apenas um design de aeronave mais silencioso, mas também temos as ferramentas precisas necessárias para prever o ruído de futuras aeronaves", disse John Wolter, pesquisador-chefe responsável pelos testes no túnel de vento da NASA.
O teste de estrondo foi filmado pela agência espacial dos EUA com a técnica schlieren, que capta a visualização das ondas de choque formadas pelo atrito do vento com a aeronave.
Os sensores internos, localizados dentro do protótipo, mediram a intensidade desse choque e revelaram níveis promissores quando elevado a uma escala real.
As imagens schlieren e a medição de pressão são críticas para NASA poder comparar os dados do túnel de vento com a modelagem computacional. Esses recursos melhoram a capacidade da equipe de entender e prever as batidas sônicas reais durante futuros voos do X-59.
Se a NASA conseguir transformar os estrondos em pequenas batidas sônicas, é possível que tenhamos a mudança das regulamentações de voos supersônicos sobre o continente, hoje proibidos em todo o mundo.
Vale lembrar que outras empresas seguem trabalhando no desenvolvimento de aeronaves supersônicas, como a Boom Supersonics, que já negociou algumas unidades com a United Airlines.
FONTE: NASA