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CRISE DRACONIANA!
A inflação a cada dia assusta mais!
Até quando os preços dos alimentos continuarão subindo?
Publicado em 09/09/2021 às 11:29 Italo
A inflação a cada dia assusta mais!

Após seguidas altas no ano passado, o brasileiro se pergunta em 2021: “Até quando o preço dos alimentos continuará subindo?“.

Em 2020, o arroz-com-feijão foi um dos vilões no orçamento doméstico. O preço do par aumentou, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): de janeiro a dezembro do ano passado, o arroz subiu 76,01%.

No mesmo período, o feijão-preto cresceu 45%. Agora, neste segundo semestre, gasolina, energia, óleo de cozinha, botijão de gás e carne são alguns dos principais vilões do aumento de preços em 2021. A realidade é que, rico ou pobre, o brasileiro está hoje cercado de inflação por todos os lados...

A alta de preços dos alimentos básicos, que vinha castigando as famílias de menor renda desde o ano passado, continua nos assombrando ao longo de 2021. O preço da carne, por exemplo, passa de R$ 40 o quilo e subiu o equivalente a três vezes e meia à inflação geral, que acumula alta de 9,30% em 12 meses até agosto, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15). O óleo de soja, o principal vilão do custo de vida, já beira R$ 8 a garrafa, e aumentou mais de oito vezes a inflação geral do período. A diferença da inflação deste ano é que ela recebeu um componente altamente explosivo que fez a alta de preços se alastrar por toda a economia. Produtos que são considerados preços de referência, isto é, entram na formação de outros preços, como diesel, energia elétrica, por exemplo, dispararam e contaminaram os demais. Deste grupo, o preço mais visível para o brasileiro de maior renda aparece na bomba de gasolina, com o litro vendido por até R$7. Para os mais pobres, o preço de referência é o gás de cozinha, cujo valor do botijão é de R$ 100 e acumula alta de mais de 30% em 12 meses.

NFLAÇÃO 'DEMOCRÁTICA'

"A inflação deste ano está mais 'democrática': ela atinge ricos e pobres", resume o coordenador de índices de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz. Ele explica que enquanto a carestia batia só nos alimentos, os mais pobres eram os mais afetados, porque consomem mais esses itens. Enquanto isso, as famílias mais abastadas não tinham a percepção, na mesma intensidade, de que a inflação tinha disparado. Impedido de gastar com serviços, de circular de carro e de viajar de avião por causa da pandemia, o estrato social de maior renda viu muitos preços de produtos e serviços que consumia estacionados ou até em queda no ano passado por causa do isolamento social. Com isso, os ricos conseguiram poupar. Mas o que se vê neste momento é que a pressão de preços se espalhou. A desvalorização do câmbio, que turbinou as cotações em reais do petróleo e dos combustíveis, e a crise hídrica, que afetou a geração de energia e as tarifas e reduziu a produção agrícola, fizeram a inflação tomar outro rumo. "Agora a inflação é percebida por todos", diz Braz. A alta do preço do arroz, prato básico que pesa no bolso do brasileiro comum, foi 36,89% em 12 meses até agosto.

Esse aumento praticamente se equipara ao avanço do preço da gasolina no mesmo período, de 39,52%, que é consumida pelos mais ricos. Esse espalhamento aparece no porcentual de itens que estão subindo de preço no IPCA-15. Em agosto, essa fatia é de 73,30 % e só perde para janeiro de deste ano, que foi de 73,84%. "Um resultado acima de 60% já seria problemático", frisa o economista da LCA Consultores, Fábio Romão. Um resultado na faixa de 70% revela, na sua avaliação, que a inflação está pegando todas as classes sociais. Segundo o economista, há uma gama mais complexa de pressões inflacionárias atuando e também que estão a caminho. Elas estão nos serviços e nos bens industriais. Ele lembra, por exemplo, que, com a reabertura das atividades suspensas por conta do lockdown, há risco de a inflação de serviços disparar, já que as famílias de maior renda terão predisposição para gastar a poupança acumulada no período de fechamento. Também os bens industriais, que tiveram as cadeias de produção desorganizadas, ainda não voltaram à normalidade. Isso significa falta de peças, por exemplo, no carro zero, e mais inflação para o consumidor. Até produtos que foram considerados símbolos do Plano Real, responsável pela estabilização da economia brasileira a partir de julho de 1994, após um longo período de hiperinflação, entraram para a vala comum da alta de preços. Vinte sete anos atrás, o quilo do frango inteiro custava R$ 1.

Isso mesmo: apenas UM REAL! Hoje sai por quase R$ 10 e já subiu 22,89% nos últimos 12 meses até meados de agosto. O iogurte, outro ícone, no passado, da estabilidade econômica e de alimento acessível aos mais pobres por conta da queda da inflação, hoje está no polo oposto.

O preço do produto subiu 14,09% nos últimos 12 meses até este mês, bem acima da inflação geral no período.

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