PESQUISA REVELA:
População sonha com a vacina!
2021, o tempo vai passando, já estamos no final de março...O mundo lá fora se vacina contra a Covid-19 e aqui no Brasil a vacinação caminha em passos lentos... Em todos os cantos na internet vemos mensagem de angústia da população pelos atrasos, falta de imunizantes e pelo risco de ser contaminado.
Essa situação de pânico está retratada na Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada. Ela aponta que para 76% dos brasileiros a vacinação segue em ritmo mais lento do que deveria. Para 18%, a imunização está sendo feita em velocidade adequada. Apenas 6% veem as vacinas sendo aplicadas de forma mais rápida do que deveria. A pesquisa Datafolha tem margem de erro de dois pontos percentuais, foi feito por telefone com 2.023 pessoas de todos os estados do país nos dias 15 e 16 de março.
Até sexta-feira passada (19), haviam sido aplicadas no total 15.615.057 doses de vacina (11.492.854 da primeira dose e 4.122.203 da segunda dose ), de acordo com as informações disponibilizadas pelas secretarias de Saúde dos Estados, compiladas e aferidas pelo consórcio de veículos de imprensa integrado por Folha, UOL, G1, O Estado de S. Paulo, Extra e O Globo.
Isso significa que somente 7,14% dos brasileiros maiores de 18 anos tomaram a primeira dose e só 2,56%, a segunda. No mesmo dia em que atingiu as discretas marcas de imunização, o País chegou à maior média móvel de óbitos até aqui, 2.178 mortes por dia, e completou 21 dias consecutivos de recordes desse dado.
Desde o início da pandemia, 290.525 brasileiros já morreram pela doença. Entre segunda-feira (15) e sexta, morreram 12.198 pessoas no país em decorrência da Covid-19. Assim, essa semana pode ser a pior desde o início da pandemia, assim como foi a anterior que, de segunda (8) até domingo (14), teve 12.795 mortes.
O Brasil vive o pior momento da pandemia, sem sinais de melhoras.
O instituto de pesquisas Datafolha também perguntou aos entrevistados quanto tempo eles acham que vai demorar para que todos os brasileiros maiores de 18 anos sejam vacinados contra a Covid-19. Para 43%, isso só deve ocorrer entre seis meses e um ano. Outros 26% acreditam que vai demorar mais do que isso e dizem estimar um prazo entre um e dois anos. Em contrapartida, os mais otimistas e os mais pessimistas aparecem em percentual igual na pesquisa.
Entre os ouvidos pelo instituto, 10% acreditam que o processo todo não levará mais de 6 meses. É o mesmo percentual dos que não veem como isso possa ocorrer em um prazo menor do que dois anos.
De acordo com o painel Monitora Covid-19, da Fiocruz, mantendo-se o atual ritmo de vacinação, serão necessários mais 1.694 dias para que toda a população maior de 18 anos do país receba as duas doses do imunizante. Ou seja, apenas em 2023 a população que precisa ser imunizada neste ano terá de fato recebido as duas doses.
Ainda não há certeza sobre a duração da proteção. Isso, somado ao atual ritmo da vacinação, mostra que a angústia não parece ser infundada e a percepção de 10% dos brasileiros (os mais pessimistas) tampouco. Estudo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), publicado em fevereiro, aponta que o País precisaria vacinar cerca de 2 milhões de pessoas por dia para controlar as infecções por coronavírus em um ano.
Outro estudo, este de pesquisadores ligados à Rede de Pesquisa Solidária, feito com base em dados do Ministério da Saúde, mostra que o Brasil só conseguiu vacinar até agora um terço das pessoas que integram grupos classificados como prioritários.
Enquanto isso, o País chega a seu quarto ministro da Saúde desde o início da pandemia, e sem que a gestão Bolsonaro consiga esclarecer a população quando e com quantas doses da vacina o país poderá contar neste ano. Até a primeira semana de março, o Ministério da Saúde havia distribuído 18 milhões de doses de duas vacinas: a da AstraZeneca e a da Sinovac, que começaram a ser produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz e pelo Instituto Butantan, com matéria-prima importada da China, respectivamente.
A pasta já anunciou outros 183 milhões de doses para os próximos meses. Parte desse total será produzida pelos dois institutos públicos e parte será importada de outros laboratórios, alguns ainda em negociação com o governo. As previsões, no entanto, têm sido revistas com frequência. Isso seria suficiente para aplicar duas doses nas 77 milhões de pessoas dos grupos mais vulneráveis, mas não bastaria para atingir o grau de cobertura necessário para proteger o conjunto da população em idade adulta contra a Covid.
FONTE: Agências de notícias IMAGENS:
Fotos ilustrativas/Divulgação