SITUAÇÃO DRAMÁTICA!
Faltam médicos no PR e Umuarama!
Contratar e manter equipes nos hospitais estão sendo os principais entraves na corrida para abrir mais leitos de UTI covid-19 no novo avanço da pandemia no Paraná. Tanto que alguns hospitais já enfrentam dificuldade em fechar escalas de trabalho, em especial plantões, uma situação agravada pela falta de profissionais de saúde disponíveis no mercado. Além da necessidade de profissionais qualificados, o que não é fácil de ser encontrado no mercado, principalmente para atuar em UTIs, os afastamentos de médicos, enfermeiros e outros profissionais impacta justamente no momento em que a demanda do sistema de saúde cresceu muito. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), 10.831 profissionais de saúde contraíram o coronavírus em nove meses de pandemia. Desses, 8.663 já se recuperaram, mas 2.168 seguem afastados do trabalho por estarem com a doença ativa. Some-se a isso os profissionais que, esgotados de tanto trabalhar, abandonaram seus postos no tratamento de pacientes com covid-19. Fato que levou o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) a emitir um alerta para que a população se previna da doença e alivie o trabalho nos hospitais. “Os profissionais de saúde estão em seus limites físicos e emocionais. Afastamentos decorrentes da covid-19 são necessários aos que adoecem nas equipes. Cuidem-se e evitem exposições desnecessárias!”, apela o CRM-PR. O diretor de Gestão em Saúde da Sesa, o médico Vinícius Filipak, explica que sem equipes qualificadas não há leitos. “Quem dera o problema fosse só equipamentos, que é mais fácil de resolver. O profissional de saúde qualificado é a ponta mais importante e mais difícil de preencher na cadeia do atendimento”, ressalta. “Praticamente todas as pessoas no mercado foram contratadas. E não há um banco para se contratar esse tipo de profissional, que deve ter qualificações bem específicas”, reforça Filipak. Falta de profissionais de saúde esbarra também nos trâmites e no treinamento. Em entrevista à imprensa o presidente do Sindicato de Hospitais do Paraná, Flaviano Ventorim, deu uma ideia do quão difícil é preencher essas vagas. Se um profissional adoece por covid-19, por exemplo, vai ficar de 10 a 15 dias afastado do trabalho. Mas só os trâmites para contratação de outro profissional levam no mínimo 20 dias. “Aí para a pessoa começar a atuar efetivamente precisa se criar uma cultura de trabalho para esse profissional, de como funciona o hospital, o que leva mais uma semana. Se tiver experiência em UTI, tudo bem. Se não tiver, vai ter que ser dado treinamento a esse profissional”, ressalta.
EQUIPES CONTRAÍRAM O VÍRUS!
O cenário é o mesmo aqui na Capital da Amizade, noroeste do Estado. O segmento da saúde de Umuarama vive um momento muito difícil e o sistema caminha para um colapso. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e outros profissionais contraíra a doença. Isso mostra que a realidade é mais preocupante do que parece. A mídia tem divulgado que estão faltando leitos em UTIs e enfermarias, mas na verdade surgiu um problema ainda maior: segundo se comenta nos bastidores da Medicina local, 50 profissionais estão afastados porque as equipes ficaram doentes. E só leitos (estrutura hospitalar) não vão salvar vidas se não houver profissionais a postos para atender quem contraiu a Covid-19 em Umuarama e cidades vizinhas. Com aglomerações constantes em diversos eventos (inclusive as eleições!!!) e a formação de filas no centro da cidade, o número de casos confirmados cresceu assustadoramente. E isso acabou provocando uma situação ainda mais grave: médicos, enfermeiros e equipes dos hospitais acabaram sendo contaminados pela doença!
A SAÚDE DE UMUARAMA PRECISA DE AJUDA!
Na semana passada a Associação Médica de Umuarama disponibilizou seus canais de comunicação para profissionais médicos de toda a região que tiverem disponibilidade para atuar no enfrentamento da doença do Novo Coronavírus – Covid-19. “O momento é difícil e estamos precisando do máximo de ajuda possível”, disse o médico Dr. Fábio Carvalho, presidente da AMU. A Associação Médica vai divulgar vagas para plantões nos hospitais e pronto-atendimentos de Umuarama e região e também auxiliar no remanejamento desses profissionais, para que não faltem médicos, enfermeiros e técnicos nos serviços de saúde da região. “As instituições estão pedindo a nossa ajuda. Aqueles colegas que tiverem condições, horários vagos em que possam atuar, não só na linha de frente da Covid-19, mas também no atendimento de outras urgências e emergências, que não pararam devido a expansão da pandemia, podem nos procurar. A AMU vai atuar na organização e distribuição desses plantões. O momento é de união”, salientou. (ITALO FÁBIO CASCIOLA)
IMAGENS: Fotos ilustrativas