IMPRENSA
Jornais impressos do PR na UTI!

Os leitores mais atentos, principalmente aqueles que preservavam até pouco tempo o costume de ler as notícias em jornais impressos (de papel), perceberam que há algum tempo os jornais do Noroeste paranaense já não vivem o auge da glória de anos passados.
As páginas estão abarrotadas de mesmices, de notícias ‘fabricadas’ por assessores de imprensa de políticos, de notícias requentadas para encher linguiça.
Resultado: o número de assinantes está caindo a cada dia que passa, o mesmo acontece com os anunciantes - e não me refiro às verbas “chapas brancas” para publicar ‘notícias’ das assessorias de prefeitos e vereadores, verbas que são pagas pelos contribuintes. Esses continuam, em menor número que antes, pois gostam de aparecer, de estar em evidência, e não gastam nada com isso...
Quando digo anunciantes, me reporto ao comércio, aos prestadores de serviço, aos profissionais liberais, as imobiliárias, enfim, aqueles que têm pressa para vender e ganhar dinheiro. Estes também caíram na realidade: jornal impresso virou coisa do passado, não funciona mais nos tempos modernos atuais, não dá o mesmo retorno que dava no passado...
Até a própria mídia impressa (repito, jornais feitos de papel), já sentiu o baque desses novos tempos, dessas mudanças e está no maior sufoco correndo atrás dos anunciantes que se afastaram...
Estamos na era do jornalismo on line, no show de notícias proporcionado aos leitores pelos portais e sites aqui de Umuarama e do Noroeste paranaense, que batem recordes de audiência.
O Portal ITALO publica a seguir um artigo especial da lavra de um experiente profissional do jornalismo paranaense, que faz um Raio X da situação.
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ARTIGO
Adaptar-se para não perecer
Por LUIZ CARLOS RIZZO
Os jornais impressos perderam, de forma definitiva, a batalha para a informação “real time” (instantânea) veiculada pela internet. Os impressos teimaram em ser factuais (registro do fato) e não encaixaram uma nova fórmula – informações de bastidores, análises, aumento de credibilidade, etc.
Exemplo prático: um evento de grande, fortíssima repercussão que acontecer em Maringá num sábado, depois das 16 horas, somente será veiculado na edição de terça-feira dos jornais locais. Ou seja, três dias depois. Enquanto isto, os informativos on-line irão registrar o mesmo evento na hora em que acontecer. Ou seja, de forma simultânea. E com fotos e vídeos (às vezes, ao vivo).
Além da velocidade de tartaruga, os impressos enfrentam também o problema da falta de credibilidade, esquemas com grupos políticos ou empresariais locais ou regionais, etc.
Os impressos tradicionais – Gazeta do Povo, Folha de Londrina, O Diário do Norte do Paraná, para ficar em exemplos mais próximos – já direcionam mais investimentos para suas plataformas digitais sabendo que a versão impressa está na UTI. E sem chance de sair dela. Ou priorizam as plataformas digitais ou vão desaparecer bem antes.
É a dinâmica da História. Cabe a cada um adaptar-se aos novos tempos, inclusive aos considerados mais fortes e (pretensamente) “imbatíveis”. Se não tiverem essa consciência de adaptabilidade, terão o mesmo destino dos dinossauros, que não souberam se adequar à evolução e dinâmica dos acontecimentos: desapareceram.
Que a lenta agonia dos jornais impressos nos deixe uma lição prática de vida: ou nos adaptamos à dinâmica da vida ou viramos pó.
Que saibamos sair da nociva zona de conforto para seguirmos adiante. E, com esforço, metas, estratégias inteligentes e perseverança, de forma vitoriosa.
Publicado no Blog de Angelo Rigon
LUIZ CARLOS RIZZO é um dos mais conhecidos e respeitados jornalistas, cronistas e historiadores do Paraná.
(**) Publicado no Blog de Angelo Rigon