QUALIDADE DE ENSINO
Inclusão no IFPR Campus Umuarama
A diversidade encontrada no Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Umuarama é importante para todos. A convivência com pessoas que possuem necessidades específicas (deficiência, etnia, classe social, gênero ou orientação sexual) desenvolve nos estudantes o sentido de solidariedade, empatia e respeito.
O IFPR proporciona a todos os estudantes, independentemente de suas particularidades, o acesso e a participação igualitária em todas as suas ações. Conta com profissionais que realizam a implementação de métodos e recursos pedagógicos diversificados que atendam as especificidades e potencialidades do educando. Nesse aspecto, a instituição, de acordo com a proposta de educação inclusiva do Ministério da Educação e Cultura (MEC), dissemina o respeito as diferenças e a singularidade dos sujeitos, buscando eliminar as barreiras da discriminação e do preconceito.
Em relação às Pessoas com Deficiência (PcD) são implementadas medidas e atendimentos educacionais especializados por profissionais altamente qualificados que, juntamente com o Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE) realizam atividades de intervenção, sensibilização e conscientização que tornam o ambiente acadêmico do Campus cada vez mais inclusivo.
Atualmente a Instituição possui três estudantes surdos, Histefany Favarin, no Ensino Médio Integrado ao curso Técnico em Edificações, Fábio Guerrer e Luiz Guilherme Cesario, na Licenciatura em Ciências Biológicas. Eles se comunicam com os professores por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) que fora reconhecida como língua oficial das pessoas surdas do Brasil em 24 de abril de 2002, pela Lei nº 10.436.
Os alunos surdos, Fábio Guerrer e Luiz Guilherme, afirmam que se sentem acolhidos no Campus e que a atuação do intérprete de Libras é fundamental, principalmente em Biologia, por haver um vasto número de termos específicos que precisam ser claramente compreendidos e assimilados. Luiz Guilherme relata ainda que ao ingressar no ensino superior nesta instituição federal, percebeu diferença significativa na qualidade do ensino e na inclusão, pois seus professores utilizam metodologias e recursos visuais que atendem às suas especificidades linguísticas e culturais proporcionando o aprendizado de maneira concreta.
A estudante surda Histefany Favarin, explica que ao chegar no IFPR (2019) foi muito bem recepcionada, pois todos os servidores foram lhe cumprimentar em Libras, o que a fez se sentir verdadeiramente incluída. Para ela, o papel da intérprete é essencial, além de surpreender-se com a metodologia diversificada e visual utilizada pelos docentes facilitando seu aprendizado.
Além disso, a instituição possui uma professora de Libras, Elaine Tótoli, pois de acordo com o Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, a Libras é disciplina curricular obrigatória nas licenciaturas. Atualmente o IFPR campus Umuarama conta com a atuação dessa profissional nas Licenciaturas em Ciências Biológicas e em Química. A docente afirma que “a disciplina de Libras é muito importante para o currículo dos futuros professores, pois aprendem a comunicar-se com o alunado surdo, além de adquirir conhecimentos teóricos e práticos acerca das estratégias e metodologias de ensino para surdos priorizando a pedagogia visual que norteia a proposta de educação bilíngue para surdos”.
Contando com a atuação dessa profissional o IFPR Campus Umuarama tem oportunizado momentos de formação em Libras aos servidores da instituição, além de haver desenvolvido parceria com a Prefeitura Municipal ofertando cursos de capacitação em Libras aos servidores da Agência dos Trabalhadores e Secretaria Municipal de saúde, tendo como principal objetivo contribuir com a eliminação das barreiras comunicativas enfrentadas pelas pessoas surdas ao dirigir-se a estes estabelecimentos.
Segundo a professora Elaine Tótoli “quando a sociedade aprender e aceitar a língua de sinais terá uma modificação social e a inclusão efetiva dos surdos”.
No curso de Licenciatura em Ciências Biológicas há também o aluno Bruno Henrique Domingues Pereira, o qual apresenta limitações visuais consequentes de glaucoma e catarata. A coordenação do curso juntamente com o NAPNE tem realizado intervenções com os docentes a fim de implementar materiais adaptados que atendam as especificidades desse aluno e o mesmo possa realizar, em condição de igualdade, as atividades propostas pelo curso.
Um diferencial que o IFPR apresenta é a Resolução 50 de 14 de julho de 2017, que norteia o processo de avaliação do ensino aprendizagem dos estudantes. O art.12 trata da avaliação aplicada aos estudantes com deficiência, a qual esclarece que esse processo deve ser organizado pelos docentes juntamente aos profissionais da Seção Pedagógica de Assuntos Estudantis e com o NAPNE. Este documento atribui ao Docente o dever de registrar no plano de Trabalho do Estudante todas as flexibilizações necessárias utilizadas no processo de ensino aprendizagem e na avaliação.
Os alunos surdos Fábio Guerrer e Luiz Guilherme.
A estudante surda Histefany Favarin.
O aluno Bruno Henrique Domingues Pereira apresenta limitações visuais consequentes de glaucoma.
As professoras Mayara, Elaine, Katiane e Norma.