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Brasil terá a maior safra da história
O agronegócio brasileiro pode registrar no ano que vem a maior safra da história, com uma produção de 238,41 milhões de toneladas de grãos. Se confirmada a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta terça-feira, a próxima safra vai superar a de 2016/2017, quando se registrou um recorde de produção de 237,67 milhões, que salvou o crescimento do País.
A última supersafra fez o setor agropecuário crescer 12,5% em 2017, sendo responsável por 70% do aumento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) registrado naquele ano. Uma safra recorde no ano que vem, portanto, também tem o potencial de turbinar o PIB de 2019.
As projeções da Conab estão baseadas no cenário para o clima e na dinâmica de preços. O desempenho das cotações de algodão e soja, por exemplo, fizeram os produtores investirem mais na lavoura e aumentarem a área plantada.
As chuvas da primavera vieram intensas, entre outubro e novembro, antecipando o plantio da soja e criando uma boa perspectiva para a segunda safra de milho. “Em todas as áreas do Brasil deu para antecipar o plantio da soja e começar a safra antes”, disse o coordenador de produção agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alan Malinski.
O quadro é mais favorável do que na safra de 2018, pois as chuvas na primavera de 2017 demoraram e foram menos intensas. Como resultado, o plantio da soja foi atrasado e, em alguns casos, os produtores foram obrigados a replantar.
Diante da nova projeção para a safra do ano que vem, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) prevê que as exportações também poderão atingir o recorde, na casa de US$ 100 bilhões. “O câmbio está mais favorável para os produtores do que em 2013, ano em que as exportações atingiram a maior marca”, disse o diretor-executivo da Abag, Luiz Cornacchioni.
A expectativa, segundo ele, é de que a disputa comercial entre Estados Unidos e China pode favorecer os produtores brasileiros de soja no curto prazo, com elevação de preços e exportações. Mas essa brecha pode se fechar em pouco tempo. “Uma guerra comercial entre esses dois países não é boa para ninguém. Se ela se prolongar e se refletir no crescimento mundial, todo mundo perde”, disse o diretor da Abag.
Malinski, da CNA, lembrou ainda que disputa comercial favorece a produção de soja, mas nem tanto a de milho. Por causa da disputa com os americanos, os chineses já estão comprando mais soja do Brasil, elevando os preços. Como reação, os produtores americanos tendem a produzir mais milho no lugar de soja, competindo por mercado com as exportações brasileiras, explicou o especialista.
FONTE: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)