NO PASSADO A CRIATIVIDADE ENFEITAVA AS MORADIAS NO NATAL
Antigamente não havia iluminação pública e, à noite, as ruas ficavam muito escuras. E essa escuridão rodeava as casas da então pequena cidade de Umuarama. Essa situação durou uma década inteira... E assim foi até meados de 1960, quando chegou a Copel trazendo a tão sonhada “luz elétrica”.
E quando chegava o fim do ano, os moradores se preparavam para melhorar o cenário onde residiam, principalmente no interior das casas, pois era tradição receber parentes e amigos nessa temporada.
Mas o único jeito era apelar para as únicas soluções que existiam no passado: iluminar as salas, cozinhas, varandas e quintais com velas, lamparinas ou lampiões que eram abastecidos com querosene. Inevitavelmente eles expeliam forte mau cheiro através de fumaças, mas a população já estava acostumada a viver com esses tipos de luminárias e o jeito era seguir a vida em frente com essas penúrias...
Nos antigos Natais as famílias exerciam a criatividade para iluminar e decorar suas casas, todas de madeira de peroba. E o principal quesito era, claro!, ter muita luz e cores nessa maravilhosa festa tão esperada o ano inteiro.
Os produtos para tal fim eram simples, muito simples, não mais usados nestes tempos moderníssimos em que o Natal é enfeitado com o que há de mais incrível em tecnologia...
A começar pelas velas. Haviam velas de diversas cores e tamanhos, que eram enfeitadas com fitas coloridas, principalmente da cor dourada, ou acompanhadas por frutas ou flores. A cor preferida era o vermelho: velas grossas e de uma altura de pelo menos meio metro, que produziam chamas bem vistosas.
Também existiam as lamparinas e lampiões, que durante o ano todo eram usados ao sair de casa e iluminar as ruas escuras e que agora viravam decorativos natalinos. Para dar um charme, eram pintados de vermelho ou verde e, os mais criativos, pintavam até os vidros dos lampiões para iluminar os ambientes com essa cor maravilhosa!
Os lampiões e lamparinas eram pendurados em lugares altos da casa, como na varanda, sala, cozinha e até mesmo em galhos de árvores que haviam no quintal.
Havia quem improvisasse e colocasse velas vermelhas dentro dos lampiões, que eram acesas e davam um toque especial aos ambientes (nesse caso o querosene era esvaziado para evitar problemas). E os vidros dos lampiões protegiam as velas evitando que os ventos as apagassem...
Pronto! Estava resolvido o problema da escuridão. E, pensando bem, os cenários ao redor das casas ficavam até mais atraentes e alegres se comparados usando as lâmpadas comuns de hoje.
IMAGENS: Fotos sem autoria