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TUDO MUDOU!!!
COM O EXODO RURAL, UMUARAMA FICOU MAIS POPULOSA...
Com o fim da cafeicultura, o município encolheu, a cidade inchou e o campo ficou deserto!
Publicado em 26/06/2024 às 07:00 Italo
COM O EXODO RURAL, UMUARAMA FICOU MAIS POPULOSA...

Vejam só, caros leitores, a História de Umuarama é repleta de minudências que, às vezes, certos acontecimentos colocam os menos esclarecidos em meio a uma avalanche de dúvidas.

Como explicar aos forasteiros, por exemplo, que Umuarama tinha uma população maior na década de 1970 que a atual, sendo que já se passaram mais de 50 anos? Como esclarecer à nova geração de que o município “encolheu” ao invés de crescer?

Mas, como nada acontece por acaso, há razões para tudo o que ocorre ao longo dos tempos.

Como o censo demográfico no Brasil acontece em todos os anos com números de final 0 (zero), a primeira apuração censitária só veio a ocorrer em 1960. Portanto, cinco anos depois da fundação de Umuarama, coincidindo com o fato de sua elevação à categoria de município, desmembrando-se oficialmente de Cruzeiro do Oeste ao qual pertencia anteriormente. E nasceu com uma das mais extensas áreas territoriais do Paraná: 3.019 quilômetros quadrados e oito distritos (Lovat, Serra dos Dourados, Santa Eliza, Nova Jerusalém, Perobal, Vila Alta, Ivaté e Herculândia).

Era a época da ocupação da zona rural, que recebeu o maior contingente de colonos que chegaram de todos os cantos do Brasil e do exterior para abrir a mata e se aventurar em diversas culturas agrícolas, principalmente a cafeicultura. Portanto, a maioria da população, no primeiro censo, estava fixada no campo (21.997 habitantes), ou 70, 68%, e a menor na cidade (9.121), ou 29,32%. Na soma, Umuarama em 1960 totalizava 31.118 moradores.

Já no segundo censo, em 1970, os números do IBGE atestaram que Umuarama estava atravessando o seu maior processo de crescimento populacional, alavancado, principalmente, pelo sucesso da cultura cafeeira, que encontrou aqui um solo e ambiente adequados para o seu plantio, conforme acreditavam os milhares de colonos que julgaram ter encontrado a nova Terra Prometida.

Nesse ano, foram apurados 114.158 habitantes, 80.246 dos quais (70,30%) fixados na zona rural, e 33.912 (29,70%) na cidade, que continuava praticamente com a mesma população de antes. Passada uma década, em 1980 o censo demográfico revelou uma tragédia que estava anunciada, mas na qual ninguém acreditava. Os dados exibiram cifras mostrando que o sonho do “Ouro Verde” havia chegado ao fim, com a tenebrosa “Geada Negra” de 1975.

Dos mais de 80 mil moradores que viviam nas lavouras na década anterior, restaram apenas 40.684 na zona rural (40,46%), enquanto que a zona urbana “inchou” para 59.861 habitantes (59,54%). No total, havia 100.545 habitantes.

Ou seja, quem estava nas lavouras deixou suas propriedades diante da catástrofe provocada pelo clima (que nunca foi propício à cafeicultura, contrariando o que se pregava no período da abertura das terras). Era o êxodo rural, em que legiões de agricultores iniciavam, sob desânimo e penúria financeira, uma nova aventura, desta vez rumo aos Estados do Mato Grosso e Rondônia, e até mesmo o Paraguai, onde surgiria o “Brasiguay”. Lá eles encontravam trabalho e, quem havia poupado alguma coisa, poderia comprar terras em oferta a preços baixíssimos se comparados às propriedades paranaenses.

A partir dessa épica debandada rural, começou o efeito dominó: quem não quis seguir para outros rincões do Brasil, escolheu a zona urbana para morar e tentar a vida em qualquer outra atividade, mesmo sabendo que a cidade de Umuarama não oferecia empregos para tanta gente que havia emigrado das lavouras para a urbe. Nesse mesmo período, começou o movimento pela emancipação de alguns distritos, como Ivaté, Vila Alta (Alto Paraiso), Herculândia e Perobal, gerando uma perda acentuada de mais habitantes.

Com a independência desses distritos, Umuarama que havia nascido com 3.019 quilômetros quadrados, passou a ter um território menor, de 1.232 quilômetros quadrados, e uma população reduzida em 15%. Outro detalhe que merece observação: em meados do século passado, tradicionalmente as famílias eram mais numerosas, procurando viver nos mesmos lugares sem se dispersar.

O censo de 1990, mais uma vez, radiografou a realidade: a cidade de Umuarama continuava ainda mais habitada do que na década anterior: 22.708 habitantes permaneciam no campo e a população urbana subiu para 77.541, totalizando 100.249. Nessa época, com tantas mudanças bruscas, provou-se que as previsões da colonizadora Cia. Melhoramentos não se sustentavam: Umuarama não estava preparada para acomodar 100 mil habitantes, muito menos “200 mil” como seus técnicos imaginaram... Desde os anos 1980 a população sentiu na pele o colapso da falta de estrutura: carência em abastecimento de água, redes pluviais e esgotos, asfalto, ocupação do solo desordenada, e de outras benfeitorias para oferecer qualidade de vida necessária para tanta gente que em tão pouco tempo resolveu se instalar em Umuarama.

Na virada do milênio, o IBGE realizou o Censo Demográfico 2000, que comprovou uma queda na evolução populacional: eram 90.621 habitantes, distribuídos entre a zona urbana (76.522) e a rural (14.326). Reparem: o campo continuava se esvaziando...

Para resumir esta ópera, o último Censo do IBGE, realizado em 2010, confirmou que Umuarama havia chegado aos 100.676 habitantes, 93.455 dos quais vivendo na cidade e 7.221 na zona rural. Este último número é de assombrar: basta comparar que em 1970, a zona rural era ocupada por 80.246 viventes e hoje se resume a menos de dez por cento!!!

Em tempo: o IBGE divulgou as estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2014. Segundo o detalhado estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Umuarama possuía nesse período 107.319 habitantes.

E no Censo Demográfico de 2022, o IBGE divulgou que Umuarama constava no grupo dos municípios em crescimento no Paraná e no Brasil. E que a cidade seguia esta trajetória desde os anos 2000, passando de pouco mais de 90 mil habitantes na época para 100.676 em 2010 e chegando a 117.095 em 2023 – um aumento estimado em 30% na população no período de 22 anos.

Moral da história: vítima de uma série de fatores climáticos, econômicos e políticos ao longo de sua história, o município de Umuarama encolheu, a cidade inchou e o campo ficou deserto... (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

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