Agricultura terá prejuízo de R$ 16 bilhões na produção por falta de chuvas
Enquanto em muitos estados brasileiros há tempos vem chovendo há tempos, causando tragédias, aqui no Paraná a escassez de chuvas se alastra desde o ano passado e afetou, de forma irreversível, uma parte expressiva da produção agrícola estadual.
A situação da falta de chuvas é tão crítica que o Governo do Estado publicou, no Diário Oficial do Estado do dia 30 de dezembro de 2021, o Decreto nº 10.002, declarando situação de emergência em todo o território paranaense, “em virtude do desastre classificado e codificado como estiagem”. E isso foi desastroso para o agronegócio: as perdas para o setor no estado já somam R$ 16,8 bilhões.
Essas perdas são observadas não só nas commodities, como soja e milho, mas também em produtos como feijão, batata, silagem, leite, hortaliças, laranja, entre outros itens agropecuários. Estamos enfrentando uma profunda crise hídrica nos últimos meses, e já há dois anos, talvez a maior da história recente no último século pelo menos.
Na soja, o Paraná partiu de uma base de colheita de 21 milhões de toneladas na primeira safra neste ciclo 2021/22, a qual seria a maior safra deste grão da história do estado. Em meados de dezembro, essa previsão já foi revista, caindo para 18,4 milhões, ou seja, já quase 7% inferior aos 19,8 milhões de toneladas da safra passada. Agora, porém, o Estado já trabalha com uma projeção 8 milhões de toneladas inferior, que dá uma quebra superior a um terço do que era esperado. Somente este fato trata uma perda superior a R$ 14,3 bilhões.
No caso do milho de verão, a retração será ainda maior. A quebra esperada na produção é superior a 42%, o que representaria quase 1,8 milhão de toneladas, em prejuízo na casa de 1,6 bilhão. E isso sem falar que o Milho Safrinha teve uma retração de aproximadamente 9 milhões de toneladas, segundo a publicação.
No feijão, as perdas estimadas em quase 50 mil toneladas, ou seja, quase 20% do esperado. Até mesmo a atividade leiteira foi impactada: a seca nos pastos trouxe uma redução na produção de leite e um prejuízo estimado na casa dos R$ 400 milhões.
E, anotem para conferir depois - toda a economia brasileira sentirá nos próximos dias ou meses, o impacto dessas quebras nas safras, com o aumento dos preços dos alimentos...
Reportagem de Italo Fábio Casciola