Não gaste dinheiro à toa, pode fazer falta daqui a alguns dias!
A recuperação do mundo após a pandemia do novo coronavírus será mais difícil agora do que foi em recessões anteriores – e especialmente para os brasileiros. Nove em cada dez países devem atravessar esta crise melhor do que o Brasil, de acordo com um levantamento que cruza previsões do FMI (Fundo Monetário Internacional) com a edição mais recente do Boletim Focus, do Banco Central.
A expectativa é que o PIB brasileiro desabe este ano e tenha uma recuperação tímida no ano que vem, com o impacto econômico das medidas de isolamento social implementadas para conter a covid-19. No biênio 2020/2021, o PIB deve cair 1,6%.
COMO GUARDAR DINHEIRO PARA MOMENTOS DE CRISE
Uma das lições mais importantes da crise gerada pela pandemia é a certeza de que, em se tratando de dinheiro, o melhor é manter reservas para o futuro. As incertezas do mercado financeiro atingiram a população em escala global e o desafio, a partir de agora, é estabelecer novos hábitos de consumo. E a partir deles, economizar para os tempos difíceis.
É sobre planejamento financeiro e uso responsável do dinheiro que a jornalista e advogada especializada em finanças, Sophia Camargo, dá importantes conselhos que merecem ser seguidos: “A reserva financeira é um colchão que serve para amparar a família no momento em que acontecem gastos imprevistos, impedindo que ela se endivide”, explica. “Se a família vive com o orçamento apertado, pagando contas e não sobra nada no fim do mês, no momento em que uma despesa extra acontece a chance de se endividar é grande”.
A finalidade de uma reserva financeira é proteger quem poupa; em se tratando de metas, para garantir a tranquilidade o ideal é que se possa guardar “ao menos seis meses de salário ou da renda líquida, que é o valor recebido após todos os descontos”, ensina Sophia. “É preciso calcular o risco existente de ficar sem nenhuma renda”.
CORTAR OS GASTOS SUPÉRFLUOS
Entender o orçamento doméstico é o primeiro passo para se organizar. Essa é uma recomendação válida para os indivíduos com carteira assinada, mais sujeitos à volatilidade do mercado de trabalho. No caso de um funcionário público concursado, com estabilidade garantida, o montante sugerido é o equivalente a quatro meses de renda. Já um profissional liberal ou autônomo, sem salário fixo e nem estabilidade, deve ter em mente um valor maior: no mínimo um ano de renda acumulada.
Para quem nunca poupou na vida, Sophia indica “fazer o orçamento doméstico e depois de verificar tudo o que recebe e tudo o que gasta, para cortar os gastos supérfluos e fazer com que sobre dinheiro”. Feita a lição de casa, é hora de assumir um compromisso importantíssimo. “Poupar de 10% a 15% da renda líquida mensalmente, para compor a reserva financeira. Ela deve ficar separada para esse fim. Caso seja utilizada, é mandatório voltar a poupar imediatamente para sua recomposição”, enfatiza.
Num momento como este a atenção redobrada é para ter reservas para garantir o essencial dentro de casa,principalmente alimentos e medicamentos.