Acredite, é verdade: No século passado, Umuarama já tinha avião!
Há alguns anos Umuarama é carente de uma linha aérea interligando-a com grandes centros. Em breve o jatão voltará e a continuidade dependerá de ter passageiros todo dia, senão será interrompida como já ocorreu antes... E fica como está: viajar só de carrão ou busão...
Mas, apenas para dar uma pitada de nostalgia ao assunto, publico estas fotos, de 1965, quando Umuarama estava conectada via aérea com as principais cidades paranaenses e com São Paulo através da Real Aerovias; depois teve vôos da Sadia...
Existiam também os ‘teco-tecos’, aqueles aviões de pequeno porte, de um só motor e uma hélice na ponta, usados pelos fazendeiros para pequenos trajetos. Uma espécie de táxis aéreos, barulhentos, trêmulos e frágeis. Cabiam apenas 3 pessoas: o piloto, um passageiro ao seu lado (tipo carona) e outro atrás meio apertado. Bagagem só de mão...
Magnatas e grandes fazendeiros vinham de fora comprar terras aqui neste imenso território ainda em fase de colonização. Eram os tempos da riqueza inspirada pelo valioso ouro verde – o café. Aviões ‘modernos da época’ aterrissavam e decolavam a toda hora de nosso antigo aeroporto...
Não era asfaltado e quando desciam as aeronaves, pequenas ou grandes, levantavam imensas nuvens de poeira. Quando a ‘pista’ estava molhada pelas chuvas e escorregadia, para evitar possíveis acidentes, ele ficava interditado até o solo secar.
Eu disse que antigamente o avião era o transporte principal pois a única estrada, de Maringá a Umuarama, era de terra, com viagens demoradas e os velhos ônibus e carros corriam o risco de encalhar em buracos e poças de barro por dias inteiros quando chovia.
Enquanto o esperado jatão não chega a Umuarama neste 2020, numa época dominada pela mais alta tecnologia da aviação e das viagens espaciais, é divertido recordar os velhos tempos em que o rugido daqueles jatões da Sadia e da Real retumbava no meio da mata verde que existia ao redor da nova cidade que estava nascendo: Umuarama. Era da década de 1950. Façam as contas, 70 anos atrás... (ITALO FÁBIO CASCIOLA)