Dia de Monteiro Lobato e da Literatura Infantil
Um dos maiores escritores brasileiros, José Renato Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté, São Paulo.
O desejo de Monteriro Lobato, era o de “fazer livros onde as crianças possam morar”. Certamente, esse desejo fora realizado com o conjunto de obras “O sítio do Pica-pau Amarelo”, que atravessa gerações e representa a literatura infantil brasileira.
É por esse motivo que a data do nascimento de Monteiro Lobato foi escolhida como o “Dia Nacional do Livro Infantil”.
O jovem Monteiro Lobato gostava muito de ler e, desde a infância escrevia pequenos contos e histórias. Ele leu tudo o que existia em literatura infantil, na biblioteca de seu avô.
É, no mínimo interessante, saber que esse proeminente autor foi alfabetizado por sua própria mãe e demonstrava um temperamento irrequieto, tendo até reprovado em Língua Portuguesa quando tinha 13 anos de idade. Monteiro Lobato também reprovou na avaliação que lhe daria acesso ao “Curso Preparatório” (O Ensino Médio de hoje), no Colégio Paulista. Foi necessário prestar novamente o exame de admissão para então alcançar o almejado curso.
Na idade adulta, cursou Direito e se desenvolveu como escritor. O “pai” da boneca Emília, foi também promotor público, fazendeiro, editor de obras inéditas, tradutor e escritor de obras diversas direcionadas a diferentes públicos, desenhista, cartunista e jornalista.
Sob o pseudônimo Josbem, Monteiro Lobato escreveu, por anos, ao famoso jornal “O Guarany”. Veja um pequeno texto que demonstra o espírito leve e bem-humorado do autor:
“Como sofria de insônia, escrevi a um conhecido médico perguntando qual o melhor narcótico que ele conhecia, ao que me respondeu: "Caro Josbem: Há trinta anos que sou médico e sempre tenho empregado como narcótico o ópio, a codeína (derivado da morfina) e outros. Mas há poucos meses, lendo a Enciclopédia do Riso e da Galhofa, encontrei lá a seguinte anedota: "EMENDA PIOR QUE O SONETO - Um escritor escreveu no primeiro capítulo dum seu livro - outras coisas; na impressão, saiu "oltras coisas"; e o editor pôs na Errata "ostras coisas". Isto é o que se chama emenda pior que o soneto."
Ao acabar de ler essa "anedota", um irresistível sono apoderou-se de mim, e quando acordei vi que estava ali um narcótico mais poderoso que quantos conhecesse a medicina. Tenho-o empregado com admiráveis resultados em quem sofre de insônia, e é de fácil aplicação, porque basta ler duas ou três vezes. Vou mandar felicitar o Sr. Pafúncio Semicúpio Pechincha, autor de tão maravilhosa descoberta (assinado) Dr. Mebsoj".
Nunca empreguei esse narcótico como manda a fórmula desse médico, porque desde esse dia basta lembrar-me das anedotas do tal Pafúncio para que a insônia fuja espavorida.”
Nesse dia, nos unamos em incentivar a leitura, presenteando as crianças com bons livros e tomando tempo para, junto delas, desfrutar tal literatura!
Que, nas palavras de Monteiro Lobato, lembremos que “Um país se faz com homens e livros!”.
Por Anita Leite