Umuaramense recebe premiação da revista Claudia
Bruna Marcelly Coutinho, presidente do Grupo União pela Vida de Umuarama, recebeu o Prêmio Claudia na categoria ‘Consultora Natura Inspiradora’, em parceria com a Natura.
A premiação aconteceu na noite da segunda-feira (22) na Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Esta foi a 23ª edição, o prêmio Claudia, criado pela revista feminina Claudia.
Bruna lembra que foi indicada ao prêmio pelos trabalhos realizados na ONG. Entre eles o projeto 'Ela por Elas Vivendo Positivo', que presta assistência jurídica, psicológica e social a 32 famílias cadastradas que possuam em seu seio pacientes HIV positivo.
“Na hora a gente nem acredita no que está acontecendo. Parecemos ser pessoas tão insignificantes, em cidades tão pequenas. Quando recebemos um prêmio desta grandiosidade, em uma cidade tão grande como São Paulo, vemos que falta um olhar mais apurado dos empresários e do poder público onde vivemos e trabalhamos”, explica.
O Prêmio Claudia tem como foco principal a educação. A equipe da maior premiação feminina da América Latina percorre as cinco regiões do país, sob a coordenação da jornalista Giuliana Bergamo, em busca de pessoas que atuam por um Brasil melhor para todos.
O GRUPO UNIÃO PELA VIDA
As camas da casa de número 3645 da avenida Rondônia, na paranaense Umuarama, estão permanentemente arrumadas. Na cozinha, o almoço cheiroso é servido por volta do meio-dia, e a sala está pronta para receber quem precisa de conforto. Ali, porém, não moram parentes. É a sede do Grupo União pela Vida, ONG fundada há 18 anos para acolher quem vive com o vírus HIV, causador da aids.
“Frequentemente chegam mulheres que foram expulsas de casa e até violentadas quando o marido ou familiares descobriram o diagnóstico”, diz Bruna Marcelly Coutinho, presidente da organização. “Passadas três décadas, desde a divulgação dos primeiros casos e com tantas informações e conhecimento adquirido, ainda há preconceito e discriminação”.
Além de amparo, a ONG oferece apoio psicológico e assistência social para assegurar a continuidade do tratamento, cujos efeitos colaterais são fortíssimos. Ainda orienta sobre os direitos dos pacientes.
Durante anos, Bruna viveu o drama das famílias e dos portadores de HIV. Ela era criança quando seus pais descobriram que tinham o vírus. “Meu pai estava ficando muito doente e ninguém sabia o motivo”, lembra. O falecimento de José Ribeiro, aos 44 anos, abalou econômica e emocionalmente Bruna, as duas irmãs mais novas e, em especial, a mãe delas, Valdemir Coutinho. “Depois, os sintomas a derrubaram. Ela mal conseguia trabalhar”.
Bruna conheceu então a União pela Vida, que a princípio as socorreu com alimentos. Mais tarde, a instituição orientou a garota a buscar cursos profissionalizantes. “Quando minha mãe faleceu, fiquei sem chão, mas a presidente da União, Sirlene Cândido, me acolheu”.
Reerguida, Bruna quis estender a outras pessoas o alento que havia recebido. Ao manifestar isso, foi convidada a assumir a tesouraria e, depois, a presidência do grupo. Para dar conta dos compromissos como consultora Natura e conduzir a ONG, ela se disciplinou. Assim, consegue obter sucesso nas duas empreitadas. “Meu objetivo é empoderar quem vem a nós para que viva com dignidade como qualquer pessoa”.
FONTE: Revista Claudia
CONFIRAM O VÍDEO COM BRUNA MARCELLY COUTINHO: