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REVELAÇÃO!
Umuarama, um nome ‘inventado’!
A cidade foi batizada com um nome “inventado” por um intelectual. Leia e descubram quem foi ele...
Publicado em 06/12/2017 às 19:32 Ítalo
Umuarama, um nome ‘inventado’!

“Capital da Amizade”, assim Umuarama é conhecida hoje por todos os cantos deste Brasil, principalmente nestes tempos modernos em que as distâncias desapareceram globalizadas pelo mundo virtual.

Toda vez que se encontra algum artigo, fotografia, reportagem ou texto alusivo a esta cidade, é inevitável que salte aos olhos dos internautas esse belo slogan: “Capital da Amizade”. Motivo de orgulho para os fundadores, pioneiros, para os que nasceram aqui e para os que foram “adotados” por ela nestas seis sucessivas décadas após a sua fundação.

É ainda uma dose agradável para temperar e turbinar o nosso bairrismo, motivando para que a colméia laboriosa dos amigos labute no cotidiano para que Umuarama cresça e melhore em todos os sentidos.

Mas, é inevitável que muitos, daqui ou dacolá, desconheçam a origem desse neologismo. E o seu significado. É mais um estrangeirismo? Uma gíria? Nome de algum personagem ou de algum lugar?

Simplesmente não é nada disso. Na verdade, ele nem existia no início do século passado, nem nos dialetos populares e muito menos nos livros e dicionários.

A sua origem é rara, pois é difícil acreditar que alguém “inventou” um nome para nominar alguma coisa ou algum lugar sem motivo ou inspiração em algo.

Pois foi justamente isso o que aconteceu: o nome Umuarama foi realmente inventado! E, pasmem!, não foi idéia de algum cacique xetá como possa sugerir a vã filosofia, afinal aqui no passado remoto era o berço da tribo Xetá.

Foi, por mais incrível que pareça, criado por um homem branco, famoso intelectual brasileiro do Século 20, que se tornou uma lenda no cenário das letras como um brilhante estudioso da Língua Portuguesa.

Seu nome: Francisco da Silveira Bueno, celebridade no meio intelectual da antiga São Paulo e um mestre cultuado pela elite quatrocentona paulistana.

Em primeiro lugar, prefiro me reportar à palavra que emergiu de sua mente criativa, hoje, sem dúvidas, conhecida por todos os cantos deste continente verde-amarelo: Umuarama.

Mas, a princípio, ela não nasceu assim. “Embuarama”, isso mesmo, essa foi a primeira composição do neologismo cunhado por Silveira Bueno, com o significado de "lugar alto, ensolarado, propício para o encontro de amigos".

Ele foi criado nos idos de 1927, a pedido de Willian Alfred Waddel, então diretor-presidente do Mackenzie College, uma das mais importantes instituições de ensino brasileiras sediada em São Paulo, para dar nome a uma colônia de férias que o colégio havia adquirido em Campos do Jordão, um dos mais belos recantos do roteiro turístico nacional, próximo à capital paulista.

“Embuarama” nasceu da junção dos elementos tupis “embu” (lugar); “ara” (dia, luz, claridade) e “ama” (sufixo coletivo que indica, reunião, encontro de pessoas ou coisas).

O autor sempre foi um dedicado pesquisador dos costumes e do idioma tupi, tendo algumas obras dedicadas a essa nação indígena.

Silveira Bueno apresentou sua criação à presidência do Mackenzie que, à primeira vista, considerou o vocábulo meio estranho e que não soava bem. Depois de pensar em novas formas, mas sem fugir do significado original tupi, o intelectual chegou à palavra definitiva: “Umuarama”, mais simpática e suave, sendo aprovada e, com ela, batizado o suntuoso e paradisíaco recanto de férias do Mackenzie College, no alto montanhoso da Mata Atlântica.

Com o passar dos anos, numa fria manhã do inverno de 1955 era fundada uma pequenina cidade no coração da floresta do Noroeste, então escolhida como a Nova Fronteira agrícola paranaense e conferida a ela o nome Umuarama, consagrada no decorrer do tempo como “Capital da Amizade”.

Mas os detalhes da caminhada desse neologismo até tornar-se nome desta bonita cidade vou contar nas próximas páginas deste livro. Foi longa, curiosa e com um certo tom de paixão de um desbravador deste imenso território antes coberto por um manto verde de araucárias e perobas centenárias...

Um apaixonado pelas Letras

Mas quem era Francisco da Silveira Bueno? Bem, para se ter uma idéia do nível intelectual desse personagem, basta dizer que foi professor da Universidade de São Paulo, a lendária USP, uma das instituições de ensino superior mais respeitadas do mundo.

Porém, sua brilhante carreira acadêmica não se ‘resume’ apenas a esse título. Basta observar que seu currículo enaltece que cursou o ensino superior no Seminário Maior de São Paulo e na Universidade Gregoriana de Roma, Itália.

É dever enaltecer ainda que o professor Silveira Bueno foi um dos mais importantes estudiosos da Língua Portuguesa, sendo reconhecido, citado e admirado por todos os que se dedicam ao estudo de nosso idioma. Inclusive é cultuado até mesmo em Portugal, onde suas obras tem uma legião de leitores e estudiosos.

Durante toda a sua vida dedicada às Letras, foi cronista, poeta, jornalista, lexicógrafo, filólogo, ensaísta e tradutor. Foi redator de vários jornais e colaborador em quase todos os órgãos da imprensa de seu tempo no Rio de Janeiro e São Paulo.

Um tópico curioso de sua trajetória: em sua primeira fase como escritor, Silveira Bueno assinava seus textos com o pseudônimo de “Frei Francisco da Simplicidade”.

Vale observar um detalhe que passa esquecido aos seus biógrafos, mas que é importante: Silveira Bueno iniciou-se na carreira eclesiástica, estudando Filosofia, Teologia, Direito Canônico, Exegese em Bíblica e Línguas, especializando-se em Linguística e Pesquisas Filológicas.

Mas, depois, ele desistiu para dedicar-se de corpo e alma ao Magistério. Como professor lecionou História, Português, Latim, Califasia e Literatura Portuguesa. Até ser convidado pela alta direção da USP para ocupar a função de professor catedrático.

Faleceu em 2 de agosto de 1989, tendo sido sepultado em Atibaia, onde nasceu.  Mas Francisco da Silveira Bueno jamais será esquecido: tanto em sua cidade natal, como em São Paulo e várias cidades brasileiras, onde existem escolas com seu nome; na capital paulista há inclusive ruas em quatro bairros eternizando-o para a posteridade... E Umuarama, que ostenta esse belo nome criado por ele!

Atualmente, os quase trinta dicionários de sua autoria têm Dinorah da Silveira Campos Percoraro, doutora em Filologia Portuguesa pela USP, como responsável pela revisão e ampliação.

O professor Silveira Bueno, autor do vocábulo “Umuarama”.

Entrada da bela e luxuosa Colônia de Férias Umuarama, em Campos do Jordão.

FONTE: Livro “Memórias de um Repórter”

www.colunaitalo.com.br

 

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