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CRONICA 05
Serraria Mineira,
o primeiro passo para construir a futura cidade
Publicado em 07/11/2017 às 21:47 Ítalo
Serraria Mineira,

Cheguei à conclusão de que escrever a História do início da urbanização e colonização de Umuarama nada mais é do que montar um interessante e complicado quebra-cabeça, que exige adicionar peça por peça de uma cronologia que parece, às vezes, não ter nem pé nem cabeça...

Isso por força de uma série de obstáculos, a começar pela inexistência de registros precisos no que se refere ao ciclo pré-fundação da cidade.

Cada partícula histórica que vamos acrescentando a esta Trilha da História baseia-se, em alguns capítulos, em relatos de antigos desbravadores com quem este repórter desfrutou de amizade nos idos de 1960 e 1970, pioneiríssimos que viram e participaram da sequência dos fatos daquela época.

Todos esses relatos, que viraram apontamentos para este escriba, merecem o maior crédito, até porque trata-se de pessoas da mais alta confiança que viveram e cresceram cultuando tradições antigas, entre as quais a de que a palavra era uma instituição, um patrimônio e uma virtude.

Portanto, em cada palavra dada, havia uma verdade, mesmo que esta fosse peculiar à ótica de cada um, motivo mais do que forte para que se acredite em cada depoimento colhido e lavrado nestas histórias que reuni neste livro...

Porém, o máximo pecado que aquela geração cometeu foi a de não se preocupar em deixar registradas oficialmente para o futuro as minúcias de cada fato sucedido. Registros que se perderam no voar dos anos, ficando a vagar apenas na memória afetiva.

Mas são através dessas preciosidades que coletamos em cada conversa, em cada troca de recordações e até mesmo em tertúlias familiares que, décadas depois, trazem à tona nuances do passado, nas quais nos baseamos para poder formatar a reconstituição da História.

Entre tantas reminiscências que estão perdidas nesse turbilhão que separa o passado remoto e o presente, merece ser resgatada a saga da Serraria Mineira, ícone inconteste dos primórdios da História de Umuarama.

Conforme repetiam os antigões, ela teria sido instalada antes mesmo da colonizadora Companhia Melhoramentos Norte do Paraná comprar estas terras, quando ainda pertenciam a Raimundo Durães e outros proprietários.

Ali teriam sido beneficiadas as tábuas de peroba usadas na construção das primeiras casas, inclusive da lendária Pensão Mineira, considerada pelos antepassados como o marco zero de Umuarama.

Naquele período ela era tosca, instalada num galpão não muito grande, onde havia algumas máquinas para serrar as toras, fatiar as tábuas e ripas, enfim, nada de porte industrial para atender em grande escala o consumo que viria anos depois. Tinha uma meia dúzia de operários e dois velhos caminhões para transportar toras.

Quando a CMNP deu início ao plano de urbanização de Umuarama, derrubando a mata e abrindo terrenos, ruas e avenidas no meio da terra arrasada numa ampla clareira, é que a colonizadora investiu pesado equipando a Serraria Mineira.

Mas, segundo relatos esparsos que aglutinamos através de entrevistas feitas no decorrer da década de 1970, a Serraria Mineira supriu com madeira beneficiada os primeiros moradores e comerciantes que foram se instalado ao redor da Praça Arthur Thomas a partir do final de 1953. Inclusive, a madeira para a construção do “Sobradinho”, primeiro escritório e os pavilhões de serviços da CMNP, saiu da Serraria Mineira.

Mas essa acanhada indústria madeireira, localizada próxima ao antigo aeroporto (não é possível a localização atual exata, mas podemos calculá-la ali pela rodovia PR-323 em direção a Umuarama, entre o trevo do Gauchão rumo à cabeceira da pista de vôos), não teve vida muito longa não, atendendo apenas a CMNP.

Acontece que, quando se preparava para inaugurar Umuarama, a colonizadora fez um grande estardalhaço divulgando as vendas de terras rurais e na zona urbana e, isso, obviamente, atraiu interessados na instalação de outras madeireiras.

Em pouco tempo, Umuarama tinha mais de quinze serrarias de grande porte, que trabalhavam dia e noite, para retirar e beneficiar a floresta que estava sendo devastada por todos os lados para a ocupação de sitiantes e grandes fazendeiros que chegavam para plantar café, algodão e cereais, vislumbrando uma nova fronteira agrícola, o futuro Eldorado do Sul brasileiro.

Da mesma maneira que surgiu, antes da colonização, a Serraria Mineira desapareceu, relegada ao esquecimento pela mesma leva de colonizadores que usufruíram dela para dar início à construção da cidade de Umuarama.

Sumiu, literalmente, do mapa e hoje não há sequer vestígios de que um dia, no passado distante mais de meio século, tenha existido a tal Serraria Mineira, assim batizada pelos desbravadores vindos lá das Minas Gerais no começo da década de 1950 para abrir a floresta paranaense... (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

www.colunaitalo.com.br

A pequena e rudimentar Serraria Mineira, em 1953, onde foram beneficiadas madeiras para as primeiras construções.

Panorâmica da Serraria Mineira anos depois da fundação de Umuarama: ao redor, casas de operários da serraria e de operários da colonizadora CMNP.

Toras gigantes espalhadas na ampla área de estoque da serraria, à espera de serem transformadas em tábuas para construções ou para exportação.

Depois de ampliada pela colonizadora, a serraria pioneira ainda continuou em atividades por vários anos, até a chegada das concorrentes.

Toras de peroba em caminhões, prontas para serem levadas da mata para a Serraria Mineira, o marco inicial da indústria da extração de madeira no município.

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