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ALERTA
Casos de Demência vão triplicar até 2050
OMS afirma que doença vai afetar 152 milhões de pessoas
Publicado em 17/05/2019 às 11:04 Ítalo
Casos de Demência vão triplicar até 2050

Com o acelerado envelhecimento da população mundial, o alto índice de crescimento de casos de demência tornou-se um dos principais desafios de saúde pública da atualidade. A fim de reduzir o impacto global da doença, as principais recomendações anunciadas nesta terça-feira, 14, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) incluem a prática regular de exercícios aeróbicos e a adoção da dieta mediterrânea - baseada na alta ingestão de cereais integrais, frutas, peixes, vegetais e azeite de oliva.

Embora não exista cura para a demência, muito pode ser feito para inibir o surgimento ou a progressão da doença. A OMS ainda recomenda a adoção de políticas públicas para combater o fumo, a obesidade, a hipertensão, o diabetes e o consumo de álcool.

A demência engloba uma série de doenças progressivas que afetam as capacidades de atenção, memória e outras habilidades cognitivas e comportamentos. Há mais de 100 formas de demência – a mais comum é a doença de Alzheimer, que contabiliza de 60% a 70% de todos os casos. As mulheres são mais frequentemente afetadas do que os homens.

Recomendações

A Organização Mundial de Saúde destaca que a atividade física está associada à saúde cerebral, e diversos estudos apontam que pessoas com uma vida mais ativa apresentam menor risco de desenvolver demências. Segundo as recomendações do relatório da OMS, adultos a partir de 65 anos de idade devem praticar pelo menos 150 minutos de atividades aeróbicas de intensidade moderada por semana.

De acordo com a OMS, vários estudos indicam que a adoção da dieta mediterrânea está associada a uma menor probabilidade de desenvolver demências. Baseada no consumo de alimentos frescos e naturais, a dieta mediterrânea é normalmente relacionada à melhora das funções cardiovasculares e a uma maior longevidade de seus adeptos, além de reduzir riscos de desenvolvimento de câncer e outras doenças degenerativas.

As recomendações gerais da OMS para uma dieta balanceada incluem pelo menos 400 gramas (cinco porções) de frutas e legumes por dia, além de nozes e grãos integrais. Deve-se dar preferência ao consumo de gorduras insaturadas (encontradas em alimentos como peixes, abacate, óleo de canola e azeite de oliva), e reduzir a ingestão de gorduras saturadas - presentes por exemplo em carnes vermelhas, manteigas, queijos e óleo de côco.

A OMS recomenda ainda a ingestão de menos de cinco gramas de sal (cerca de uma colher de chá) por dia, e o uso de sal iodado.

Brasil

Em todo o mundo, os custos de apoio e tratamento de demências crescem de forma alarmante: Em 2018, os gastos globais foram da ordem de um trilhão de dólares, e as projeções são de que este total irá dobrar até 2030.

No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, são registrados 55 mil novos casos de demências todos os anos, a maioria decorrentes do mal de Alzheimer. Atualmente, 1,4 milhão de brasileiros vivem com demência - e o número de casos deverá saltar para mais de seis milhões em 2050.

A população brasileira também envelhece de forma acelerada: Segundo estatísticas do IBGE, em 2018 o Brasil contabilizava 28 milhões de pessoas acima dos 60 anos. Até 2060, este número deverá aumentar para 73 milhões de pessoas.

“O subgrupo da população que mais crescerá até 2065 é o de pessoas acima de 60 anos, e, dentro deste grupo, o de pessoas com mais de 80 anos de idade. Grosso modo, 40% daqueles que atingem esta idade apresentam declínio cognitivo importante, e o risco aumenta progressivamente”, alerta o médico carioca Alexandre Kalache, um dos convidados do Dementia Forum X ,de Estocolmo.

Referência no Brasil para questões relacionadas ao envelhecimento, Kalache diz ver com preocupação a forma como o país tem respondido ao que ele chama de “revolução da longevidade”:

“O que mais importa é treinar a equipe de atenção primária à saúde, para que os problemas decorrentes do número crescente de casos de Alzheimer possam ser minorados. No entanto, o SUS parece estar sendo desmantelado. Centros de saúde estão mal financiados, muitos deles estão fechando, e as condições de trabalho são altamente inadequadas”, destaca o especialista.

Presidente do Centro Internacional de Longevidade (ILC) do Brasil, Kalache ressalta que o país ainda não tem uma política nacional para lidar especificamente com demências – ao contrário de inúmeros outros países, inclusive na América Latina.

“A Política Nacional de Saúde (PNS) para fazer face ao envelhecimento não só é insuficiente em relação ao desafio, como deficitária quanto à sua aplicação. Assim como na Constituição, a PNS atribui à família a responsabilidade de cuidar de pacientes com Alzheimer. No entanto, além da “insuficiência familiar” - com famílias mais fragmentadas, menor número de filhos e fatores como moradias precárias -, o que mais falta é uma política de apoio à família para que ela possa exercer este papel adequadamente”, diz o especialista, que também atua como embaixador global da organização HelpAge International.

Uma doença desigual

Apesar de o mal de Alzheimer afetar pessoas de diferentes classes sociais, a baixa escolaridade é um dos fatores de risco para o surgimento de demências após os 60 anos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, isto ocorre porque o ensino formal contribui para a criação de redes neurais mais complexas, e estimula o cérebro a elaborar uma reserva funcional maior que será gasta ao longo da vida. Pessoas com maior nível de escolaridade geralmente executam atividades intelectuais mais complexas, que oferecem uma maior quantidade de estímulos cerebrais.

Ou seja, um indivíduo que frequentou o ensino superior possui menos chances de adquirir de forma precoce o mal de Alzheimer ou outra doença neurodegenerativa do que o indivíduo que concluiu apenas o ciclo básico de educação. Portanto, aumentar o nível de escolarização pode ser eficiente para prevenir casos de demência.

Os especialistas destacam: manter o cérebro constantemente ativo e estimulado pode retardar e até inibir a manifestação da doença.

 “Sabemos que atividade física, nível educacional adequado, dieta saudável e estímulos cognitivos ao longo da vida podem ter um efeito positivo em relação à demência – se não para preveni-la, pelo menos para adiá-la. E se o conseguimos por oito ou dez anos, já estaremos no lucro” - Alexandre Kalache.

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, a doença é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas que pode e deve ser tratada. Os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença. Também há evidências científicas de que atividades de estimulação cognitiva, social e física favorecem a funcionalidade e a manutenção de habilidades dos pacientes.

Quando a doença é diagnosticada em sua fase inicial, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.

Em Estocolmo, a anfitriã do terceiro Dementia Forum X será a Rainha Silvia da Suécia, que tem envolvimento pessoal com o tema: sua mãe, a brasileira Alice Sommerlath, sofreu de demência em seus últimos anos de vida. Em consequência da dolorosa experiência com a mãe, em 1996 a Rainha criou a fundação Silviahemmet, um inovador centro de excelência que se dedica a auxiliar e capacitar pessoas envolvidas no cuidado de pacientes com demência.

Na capital paulista, a Sociedade Beneficente Alemã é a primeira instituição da América Latina a seguir as recomendações e a filosofia de cuidados da fundação Silviahemmet.

“Há modelos que podem ser adaptados ao nosso contexto – daí a importância dos estudos e pacotes de treinamento desenvolvidos pela fundação da Rainha Silvia. Mas vale lembrar que os países desenvolvidos primeiro enriqueceram para depois envelhecerem. Nós estamos envelhecendo muito mais rapidamente, em um contexto de muita pobreza e de imensas desigualdades sociais”, observa Alexandre Kalache.

Fonte: Agência RFI – França

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