TRISTE SINA
Erosão, eterno pesadelo do Noroeste

O Noroeste paranaense, desde meados do século passado quando o território foi aberto para “plantar” cidades e cafeeiros, começou o drama da erosão. Um câncer que devora o frágil arenito caiuá.
Essa destruição começou com a terrível derrubada das matas verdes que cobriam milhares de alqueires. Em pouco tempo, depois que as árvores caíram por terra, começou o enlouquecedor processo erosivo que, certamente, ninguém impedirá de continuar existindo.
Umuarama, por exemplo, com mais de 60 anos de fundação, é uma eterna vítima dessa destruição. Tanto na zona rural, como na urbana, imensas crateras surgem por força das chuvas, principalmente na época outono-inverno em que elas são constantes e fortes.
Milhões e milhões já foram gastos em mais de meio século de combate à erosão. Dinheiro que foi ladeira abaixo junto com o arenito caiuá. Nas estradas ou vias urbanas, não há asfalto que resista: vira um queijo suíço, causando problemas e protestos da população.
E nesta semana voltamos a presenciar cenas absurdas da destruição de nosso solo arenoso: aqui e nas cidades vizinhas que formam a Região Metropolitana de Umuarama está um caos. Foram quatro dias seguidos de chuvas...
E o clima, mantendo a antiga tradição da natureza, vai continuar assim até a primavera chegar. As águas vão continuar rolando por estradas e propriedades das lavouras e assombrando ruas e avenidas de nossos bairros, desde o centro até os mais distantes.
Já ditaram mil e uma teses para tentar controlar – solucionar é impensável, diante do gigantismo desta área coberta por areia, digo arenito caiuá – o fantasma da erosão. Sem sucesso!
Os prejuízos continuaram, seguem hoje e não há a mínima garantia que um dia encontrarão solução! São Pedro, tende piedade de nós senão o nosso Noroeste ainda vai acabar num imenso buraco!!!!!!! (ITALO FÁBIO CASCIOLA)
FOTOS:
Destruição provocada pelo volume intenso de chuvas na estrada da Bica (zona rural), na saída para São Tomé, na vizinha Cianorte. Essas imagens fantásticas são de autoria de Anderson Theodoro.